“Espanha é um território fragmentado”, afirma aluna de Erasmus na ESEV

Foi na Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV) que Miriam Garcia, aluna de Erasmus, decidiu contar a experiência de estudar num país diferente através do programa Erasmus. Mas foi sobre o seu país de origem, Espanha, que falou para os presentes no auditório.

Miriam Garcia começou por afirmar que “não considero a Espanha um exemplo de país” porque “uma nação é um território com pessoas que compartilham uma determinada cultura, a mesma língua e tem consciência sobre o seu povo e território”, no entanto “a Espanha é um território que atualmente se encontra fragmentado em outras pequenas nações”. Para os espanhóis “união é a repressão”, defende.

Alunas Erasmus Maria Muro Muñoz e Miriam García Neila

Miriam frisa ainda que “se tu reprimes um povo, no final acabas gerando um conflito”. Para a aluna, D o diálogo deve ser o foco principal, em vez da repressão, na perspetiva de “unir o povo”.

Sobre o papel que os jovens têm atualmente na sociedade e nas questões cívicas, a aluna de Erasmus defende que “temos de participar nas manifestações” e para além disso “reivindicar os nossos direitos”. Relativamente às manifestações, Miriam sente que existem diferenças entre os dois países: “em Espanha estamos mais habituados a unir as pessoas na rua e ir para as manifestações. Aqui em Portugal não é tão normal isso acontecer” e por isso considera que no seu país “temos muito mais impacto”.

Para Miriam Garcia, é importante que os jovens sejam “mais confiantes, mais consciencializadas com a realidade social em que vivemos e que tenhamos vontade de sair à rua para lutar pela verdade”. “desde 2008 que Espanha vive em crise e isso representa 10 anos da minha vida em que vivi num país em crise”, lamenta a estudante

Quando questionada sobre o futuro de Espanha, a aluna de Erasmus não hesitou em afirmar que “é bastante incerto. “tudo depende do partido político que for eleito nas próximas eleições de 28 de abril”. Uns dos problemas que a jovem espanhola frisou foi o facto de em Espanha existir “ordem máxima à direita e por isso não tem dúvidas de que “é o partido político que passará a governar que influenciará o futuro de Espanha e da própria Catalunha”.

Sobre toda a polémica em que a Catalunha está envolvida, a aluna afirmou que “entendo perfeitamente o seu pensamento e a sua história”, assim como entende “em muitos sentidos toda a repreensão que tem havido”.

A aluna defende “um país imenso e unido sem repreensão e baseado no diálogo”.

Num evento que conta com um contributo significativo de alunos e ex-alunos da instituição estas foram duas das vozes que se fizeram escutar nos dias da comunicação que decorreram nos dias 4 e 5 de abril na ESEV.

 

Texto de: Ana Rita Paiva, Ana Sofia Soares,Diana Ferreiro e Sandra Ferreira

Imagem: Diana Lopes

 

 

 

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