“O futuro da profissão somos nós”, afirma a jornalista Márcia Silva Gonçalves

No dia 14 março de 2024, jornalistas de todo o país, incluindo Márcia Silva Gonçalves, interromperam as suas funções profissionais para uma paralisação laboral. Esta greve, a primeira em 42 anos, surgiu como resposta às condições laborais precárias, salários estagnados e pressões crescentes por produtividade enfrentadas pela classe jornalística do país.

Por: Maria Morais

Márcia Gonçalves, uma jornalista com formação diversificada, desde laboratórios de análises clínicas até redações, defende os direitos dos profissionais e a valorização da profissão, através desta greve. Com uma trajetória académica que inclui uma licenciatura em Comunicação Social, pós-graduação em Qualidade e Tecnologia Alimentar e mestrado em Comunicação e Jornalismo, destaca a importância de experiências como o programa Erasmus, que ampliam horizontes e enriquecem a formação dos jovens jornalistas. “Um bom jornalista procura sempre saber mais, e estar mais informado”, afirma Márcia Silva Gonçalves.

Carolina Vicente, presidente do Núcleo de Estudantes de Comunicação Social, entrevistou a jornalista Márcia Silva Gonçalves

Após estagiar no Porto Canal, a jornalista passou pela delegação de Viseu do canal nortenho e, em 2018, após o encerramento desta delegação, encontrou um novo lar na SIC, onde se tem destacado nos últimos cinco anos. A falar para os alunos da Escola Superior de Educação de Viseu, no âmbito dos Dias de Comunicação Social, Márcia Silva Gonçalves aborda o jornalismo como uma responsabilidade social, e tem como principal foco, contar a verdade e cumprir o código deontológico com dignidade e honestidade, com uma intenção crucial, dar sempre voz aos que não têm voz.

Para Márcia Gonçalves, o futuro do jornalismo reside na próxima geração que deve enfrentar desafios gigantes em um cenário de tempos conturbados. No entanto, encara o que está por vir com otimismo: “o futuro da profissão somos nós”, afirma a profissional, frisando a importância do companheirismo e do trabalho em equipa para superar os obstáculos do dia a dia. “Há dias em que a adrenalina toma conta de nós, e também há dias em que o corpo não nos deixa continuar, por isso é que é tão importante haver companheirismo e trabalho de equipa”, sublinha a jornalista.

Os Dias de Comunicação Social realizaram-se nos passados dias 20 e 21 de março, no âmbito do 29.º aniversário do curso de licenciatura em Comunicação Social e este ano o enfoque foram as temáticas da liberdade de expressão e dos direitos humanos no jornalismo, a par com os media locais enquanto espaços de resistência.

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