Carro clássico, uma “máquina” ou uma peça de museu? A explicação surge nas curvas do Caramulo

Texto e reportagem áudio: Bernardo Sol, Gonçalo Tojal e Duarte Cardoso (alunos 2º ano de Comunicação Social)

Fotografias: Bernardo Sol (veja a galeria de imagens no corpo do texto)

No meio das curvas da Serra do Caramulo, estamos num edifício onde podemos observar diversos veículos históricos, como “um Ford T de 1909, um camião dos bombeiros de Leixões dos anos 30, um táxi de Lisboa, um (Triumph) TR6, um Chrysler Windsor, um Rolls Royce, um (Land Rover) Range Rover de 1979, um Peugeot BB de 1914 todo aos bocados”.

 À conversa com Tiago Gouveia, nas oficinas do Caramulo Experiencie Center, procuramos entender mais deste mundo automobilístico. O diretor do Museu do Caramulo conta que a ideia inicial para a criação do museu era apenas para ser um museu de arte, mas que viria a mudar com a presença de João Lacerda no comando das exposições.

Para muitos, um carro é apenas um meio de locomoção do ponto A para o ponto B, um pedaço de metal que pesa 1 a 2 toneladas com 4 rodas. Mas será só isso? O que distingue um carro regular de um clássico? Qual é a realidade de ter um carro histórico em Portugal? Fomos atrás de histórias de pessoas que de alguma forma, tocam em carros clássicos todos os dias.

Tiago Gouveia mostra a vontade que teve em ter um museu que tivesse uma abordagem diferente, sendo mais completo e interveniente no meio automobilístico, criando assim em 2002 a primeira exposição temporária do museu. 

Este passo do museu abriu caminho à criação de outros eventos e exposições do desporto automóvel, desde a organização do Caramulo Motor Festival, evento que conta com mais edições e que junta mais pessoas neste meio. Como também a criação de 3 rampas, passeios de motas e a corrida de fundadores, que são exposições de veículos anteriores à segunda Guerra Mundial. Tendo como objetivo de mostrar ao público “os carros em perfeito estado de funcionamento e de ir angariar financiamento para o Museu”.

Ainda nas oficinas encontramos o mecânico Carlos Figueiral, que está a reparar um Mercedes 280SL e que explica os cuidados que tem nas manutenções dos carros que lhe passam pelas mãos, tais como “verificar os níveis de óleo, água, tudo”. O mecânico apresenta ainda as diferenças que os veículos históricos têm por comparação com os veículos da atualidade, que se verificam mais a nível de chapas, pois “tinham um tratamento diferente nos anos 30, 40, por isso verificava-se mais corrosão”

Tentamos perceber através de uma chamada de WhatsApp, como é ter estes veículos históricos, com Rui Martinez, um colecionador portuense. Conversamos sobre como se iniciou e desenvolveu essa paixão por clássicos, muito proveniente de laços familiares. 

Um carro que o marcou, e que lhe trouxe boas recordações, foi o M3 E30, sendo que durante a sua vida já teve seis, inclusive ainda mantém o seu primeiro BMW 320 IS E30, esse mesmo que não o “irá vender tão cedo.”  

A suposta subida do IUC (Imposto Único de Circulação), que foi proposta para o Orçamento do Estado 2024, gerou-lhe preocupação, uma vez que carros que ele possui, como um Mitsubishi Pajero, que pagava antes 160 euros, passaria a pagar 780 euros. o Considera que esta medida apenas iria servir “para acabar com o mercado de carros antigos.” 

Mas a grande pergunta desta reportagem é “O que é afinal ter um carro de coleção/histórico?” A reposta é dada por Tiago Gouveia na reportagem áudio.

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