O ano dos casamentos e os casamentos do ano

Para os fashion enthusiasts, 2018 contou com um número considerável de casamentos que nos servirão como fonte infindável de inspiração, mesmo que sejamos meros mortais a idealizar um casamento que nunca acontecerá. Desde os vestidos, às wedding venues; dos pequenos aos assombrosos detalhes. De casamentos reais a estrelas de Hollywood. Foram too many to handle, os casais que escolheram 2018 para dar o nó.

Devo admitir que aquilo que mais me fascina, como fiel girly girl que sou, é a forma como as noivas me poderão surpreender no que diz respeito aos vestidos. Renda e tule. Pérolas e bordados. Caudas e véus… Não há muito por onde inovar. O icónico já foi feito.

Não esqueçamos o dia em que Angelina Jolie nos surpreendeu com uma criação de Donatella Versace ornada pelos desenhos dos seu seis filhos ou o dia em que Grace Kelly elevou os padrões a um nível humanamente inatingível, com aquele que é considerado um dos mais bonitos e elegantes vestidos de noiva, servindo como inspiração até aos dias de hoje.

De facto, o romantismo em torno do vestido prende-se com esse tão célebre fashion saying de que “menos é mais”, que tento seguir religiosamente. Essa ideia de que os vestidos de noiva têm de ser brancos, rendados e pouco reveladores já está gasta. Tão gasta quanto a ideia de que o vermelho e o cor-de-rosa não se misturam.

A prova disso foi a junção entre esse less is more e uma irreverência singular que resultaram na simbiose perfeita, criando vestidos que marcam 2018 e fazem dele um ano inesquecível no que concerne a vestidos de noiva.

Da duquesa Meghan Markle à princesa Eugenie. De Mandy Moore a Gwyneth Paltrow. De Chiara Ferragni a Marina Ruy Barbosa. E poderia mencionar tantas outras.

Não há nada que ainda não tenha sido dito a respeito do casamento real do ano. Porém, devo confessar que, se pudesse escolher, eu seria uma princesa Eugenie. Pelo menos no dia do casamento. E é por isso que é a única de que vale a pena falar.

A noiva usou um dos mais bonitos e elegantes vestidos de noiva. Daqueles que deixariam Grace Kelly orgulhosa. Tratou-se de um vestido com linhas simples e minimalistas, criado por Peter Pilotto e Christopher de Vos. Um dos meus vestidos de eleição.

O decote em V, com os ombros ligeiramente descobertos, deu um toque arrojado, porém, numa linha conservadora, já que não se tornou demasiado revelador. A noiva optou por não usar véu, o que destacou a tiara Greville Emerald Kokoshnik, emprestada pela rainha, como manda a tradição. Composta por diamantes lapidados em pavé sobre platina e seis esmeraldas de cada lado, além da esmeralda central, com 93.70 quilates.

Tudo isto deixou espaço para apreciar a cauda: na medida certa e com um laço no fim das costas, tornou o vestido perfeito.

E poderíamos assumir que não haveria mais por onde surpreender. Mas é aqui que todas as dúvidas se dissipam: não basta ser princesa, também foi a noiva do ano.

A princesa Eugenie optou por uma criação de Zac Posen, como segundo vestido. À semelhança do vestido de casamento, o pormenor dos ombros manteve-se mas, desta vez, o vestido contou com drapeados e plissados, justo no busto e solto na parte de baixo. Ao contrário de Meghan Markle e até mesmo Kate Middleton, a noiva optou por uma cor arrojada, para contrariar o tradicional branco.

Já Mandy Moore optou por casar em cor-de-rosa, o que poderia ser discutível. No entanto, se havia reservas em relação a casar nesta cor, deixou de haver. E é aqui que voltamos à realidade. Que deixamos de lado essas fantasias de casar em cor-de-rosa, com tiaras na cabeça e caudas de 2 metros.

 

Texto: Beatriz Cabral Costa

Imagens: DR

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