Limpeza de terrenos em Viseu é uma “missão impossível”

Em entrevista à SIC Notícias, o presidente da Câmara Municipal de Viseu considera que o cumprimento dos prazos para a limpeza dos terrenos é uma missão impossível e que ainda não existiu qualquer apoio por parte do Estado.

O prazo para a limpeza dos terrenos foi estendido até dia 31 de maio, no entanto, Almeida Henriques, presidente da Câmara Municipal de Viseu, considera que esta lei tem uma grande dificuldade em ser executada na totalidade. O autarca justifica esta dificuldade pelo facto de existirem terrenos bastante envelhecidos, terrenos em que se desconhece quem são os donos, pessoas idosas e pela falta de possibilidades económicas por parte de alguns proprietários.

Em todo o concelho de Viseu existem cerca de 7 mil hectares de terreno, em que 1200 hectares são pertencentes ao município, município esse que já investiu 1,5 milhões de euros na limpeza dos terrenos, sem ter qualquer apoio por parte do Estado.

Almeida Henriques refere ainda que está a preparar esta época de incêndios como preparou as últimas quatro, mas que “é impossível fazer em dois meses aquilo que se devia ter sido feito em 40 anos”, devendo existir um grande esforço por parte de todas as entidades competentes para que a limpeza seja feita no maior número de terrenos possíveis.

A Câmara Municipal de Viseu em conjunto com a GNR está encarregue da fiscalização e notificação aos respetivos terrenos e proprietários, sendo que com a vaga de incêndios ocorridos no verão e outono de 2017, as pessoas encontraram-se mais sensibilizadas para o assunto. Prova disso foi a adesão às sessões de esclarecimento efetuadas nas 25 freguesias do concelho de Viseu, que contaram com cerca de duas mil pessoas em cada uma.

Apesar desta “missão impossível” o autarca afirma que irão proceder à limpeza do maior número de terrenos possível, com a ajuda de todas as entidades e com os todos os meios necessários e disponíveis, não aplicando coimas desnecessárias e prestando o auxílio necessário às populações que necessitem.

 

Texto: Adriana Santos

Imagem: Município de Viseu

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