Tomás Correia: da marca criada no liceu ao negócio na área do design

O interesse de Tomás Correia pelo design começou nos videojogos, área na qual já desenvolveu alguns projetos e onde procura construir uma carreira focada no 3D. O ex-aluno da ESEV, de Artes Plásticas e Multimédia já tem a sua própria marca de roupa e acessórios.

Por: Luís Mendes, Ana Teles, Adriana Moita, João Amaral (alunos 1º ano de Comunicação Social)

O que o fez desenvolver interesse pela área do design?

Desde pequeno gostei muito de videojogos, mas o que gostava nos jogos às vezes nem era o jogar o jogo, era mais a parte visual, as personagens e os ambientes. Isso inspirou-me muito e sinto que há outras pessoas que também me inspiraram, como youtubers que trabalhavam nessa área do design. Design é uma área bastante geral, o que eu gostava mais dentro do design era a parte do 3D. Aprendi tudo sozinho, não tirei nenhum curso, fui fazendo experiências, desenvolvendo trabalhos pessoais e agora recentemente estou a passar a fase de experiências e querer aprender para aplicar no mundo do trabalho para obter um rendimento a fazer aquilo que gosto, design 3D.

Ingressou na ESEV, no curso de Artes Plásticas e Multimédia. O que é que o fez escolher esse curso?

Não entrei no curso porque queria muito ir, entrei um bocado pela pressão dos meus pais porque eles queriam que eu fosse para a universidade, e eu ao estar a ver os meus colegas todos a seguir o percurso académico fiquei cativado. Acabei por ir sem pensar muito sobre o que eu queria exatamente. Vi que o curso tinha algumas coisas de design e ao início estava a gostar, mas comecei a perder o interesse pelo curso e pelo que os professores ensinavam.

Saiu do curso no ano de finalista, porque decidiu desta forma?

A partir do segundo ano comecei a ver que não era bem aquilo que eu queria, fiz o segundo ano para ver se conseguia acabar o curso, mas fui deixando algumas unidades curriculares para trás. No início do terceiro, estava entre o acabar e o não acabar e, ao mesmo tempo, estavam a aparecer bastantes oportunidades de trabalho, tinha bastantes ideias para começar negócios e isso influenciou-me a sair do curso. Principalmente saí, porque acho que não há condições para alguém que é ambicioso, que não queira ter um trabalho mais simples ou que não queira seguir um mestrado. Senti falta de professores que motivam os alunos, as salas não têm condições em relação a computadores, teclados, ratos… É como estar num ambiente em que não te vês a ser bem sucedido.

Acha que há pouca competitividade? Limitam a criatividade dos alunos devido às más condições?

Os trabalhos que alguns professores impõem, têm regras que limitam a liberdade criativa. Há computadores que não aguentam aquilo que estamos a querer fazer, sobretudo por causa das capacidades.

Fotografia de trabalho de Tomás Correia (cedida pelo autor)

Sei que começou a desenhar camisolas, entretanto surgiram outros projetos. Consegue descrever o seu percurso?

Comecei no secundário quando estudei artes, numa disciplina tínhamos de desenvolver um projeto, com completa liberdade criativa e decidi criar a minha primeira marca, uma marca de roupa. Decidi fazer uns designs para camisolas e depois todos os alunos foram expor os trabalhos no Antigo Mercado Municipal, em Tondela. Houve interesse e vendi algumas peças que fiz. Para mim, foi o início daquilo que eu idealizava para o meu trabalho no futuro. Fui tentando aprender mais sobre a área do 3D, fui expondo aquilo que fazia nas redes sociais e algumas das coisas atrairam a atenção das pessoas e várias foram pedindo que desenvolvesse trabalhos em 3D, que era uma forma para obter algum rendimento. Tinha o negócio pessoal, a minha marca e tinha os serviços para terceiros. Também trabalhei com uma empresa em Carregal do Sal, fazia visualização arquitetónica de habitações. Recentemente estou a levar a minha marca mais a sério, a investir na roupa e acessórios. Estou a desenvolver o meu site e a legalizar a minha marca, vai ser um recomeço mais profissional.

Referiu que através das redes sociais surgiram alguns trabalhos, de que forma influenciam o seu trabalho?

As redes sociais são uma das formas essenciais para quem quer expor o seu trabalho. Basta uma pessoa partilhar o que faz, que o alcance da publicação, ou seja, o meu produto, vai chegar a mais pessoas e acho que cada vez mais está a ser utilizado por mais pessoas e mais empresas.

Tem alguma fonte de inspiração? O que faz quando sente dificuldade a progredir num projeto?

Quando sinto que estou menos inspirado, quando tenho menos motivação, normalmente é por estar muito tempo fechado no mesmo sítio, a pensar no que vou fazer repetitivamente, ao invés de ir ver coisas novas, experimentar novos conceitos. O que eu faço é sair de casa, ir dar uma volta de mota, ou de carro, tirar umas fotografias em sítios novos e a música é também, não digo fonte de inspiração, mas uma forma de sair do loop de pensamentos.

a