Paulo Portas. “O que tem de ser teve muita força”

A 12 de setembro de 1962, nascia em Avenidas Novas, Paulo de Sacadura Cabral Portas. Filho de Nuno Portas e da famosa escritora, economista e jornalista, Helena de Sacadura Cabral. Estudou no Colégio de São João de Brito e licenciou-se em Direito pela Universidade Católica Portuguesa e pela Faculdade de Direito. Destacou-se pela sua vida política e jornalística.

Por Luís Almeida

Com uns surpreendentes 13 anos, Paulo Portas iniciou a sua atividade política, juntando-se à Juventude Social-Democrata. Em 1979, decidiu tornar-se militante do Partido Social Democrata, onde chegou a disputar a liderança da comissão política distrital pelo distrito de Lisboa. Anos mais tarde, em 1982, abandonou o PSD.

Em 1995, entra pela primeira vez como deputado da nação, pelo círculo eleitoral de Aveiro, pelo CDS-PP através da ligação ao então atual presidente dos Democratas-Cristãos, Manuel Monteiro. Portas foi um dos principais estrategas e mais próximos de Manuel Monteiro, apoiando-o com a revisão da orientação política do CDS-PP, passando o partido a assumir-se como liberal e antifederalista. Muito por culpa dessa ligação, deve-se a entrada de Paulo Portas em 1995 para a Assembleia da República, como cabeça de lista, por um dos círculos mais fortes do partido, quando o assunto é eleger.  

A zanga com Manuel Monteiro abre uma nova disputa eleitoral no partido onde pela primeira vez Portas se candidata à liderança dos Centristas. Disputa essa que Paulo Portas ganha e em 1998 torna-se pela primeira vez líder do Centro Democrático Social- Partido Popular. Inicia-se assim uma longa era na liderança, ganhando as eleições internas em 1998, 2000, 2002, 2004, 2007, 2009, 2011 e 2013. Teve passagens por deputado da nação, acumulou o cargo de líder parlamentar do CDS, foi deputado na assembleia municipal de Arouca, membro das comissões parlamentares dos negócios estrangeiros, membro do conselho de estado (2002-2005) e eleito Vereador da Câmara Municipal de Lisboa e deputado ao Parlamento Europeu.

Em 2002, chegou ao governo, com uma coligação Pós-Eleitoral com Durão Barroso, onde assumiu o cargo de Ministro de Estado e da Defesa Nacional. Já com Santana Lopes, foi ainda Ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar. Regressa ao governo. Regressa ao Governo com Pedro Passos Coelho onde desempenha o cargo de Ministro do estado e dos Negócios Estrangeiros e posteriormente Vice-Primeiro-Ministro. Em 2015 foi novamente eleito Vice-Primeiro-Ministro, apesar de o governo cair em novembro do mesmo ano.

Estreou-se no Jornalismo aos 15 anos, como estagiário na redação “O tempo”. Foi também diretor-adjunto do jornal “Pelo Socialismo”. Foi redator de “A tarde” e do “Seminário”. Juntamente com Miguel Esteves Cardoso e Pedro Paixão fundou o Jornal “O independente”.

Uma das frases mais caricatas e algumas vezes usadas na sua carreira política foi “o que tem de ser teve muita força” ao explicar aos seus militantes como é que com uma decisão já tomada teve de voltar atrás. Paulo Portas também disse por inúmeras vezes que nunca queria chegar ao poder e acabou por ser o presidente mais longo do CDS-PP e talvez o mais importante. Ficou conhecido por “Paulinho das feiras” pois nas suas campanhas espalhava uma enorme alegria pelas feiras onde passava. Passado muitos anos, em 2023, Paulo Portas e Manuel Monteiro fizeram as pazes e apresentam-se juntos em várias atividades na ajuda para recuperar o partido.

Atualmente, dedica-se ao setor privado em várias vertentes e é comentador regular de política internacional na TVI.

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