À descoberta do legado do (Museu) Almeida Moreira

Localizado junto ao Jardim das Mães, na Rua do Soar de Cima, o Museu Almeida Moreira apresenta um conjunto de obras selecionadas a partir de uma grandiosa coleção privada de Francisco de Almeida Moreira, professor e crítico de arte do século XIX.

O museu retrata aos seus visitantes uma verdadeira casa típica portuguesa, embora submetida a certas modificações, algumas visíveis a olho nu.

Segundo Rúben Marques, guia do museu, as únicas bases que sobreviveram da estrutura original da casa, ao longo dos anos, foram os bancos ao pé das janelas – as “namoradeiras” –, alguns tetos de madeira e a lareira. De resto, tudo aquilo que se vê no local foi alvo de modificações, nomeadamente o pavimento e as paredes.

Almeida Moreira colecionou imensas peças de escultura, pintura, cerâmica e, ainda, algum património religioso, que trouxe para a sua casa. “Enfim, tudo o que ele achasse que era antigo, bonito ou que era valioso, ele acabou por trazer”, afirma Rúben Marques.

A Casa-Museu ficou entregue à Câmara Municipal de Viseu após a morte de Almeida Moreira e sofreu remodelações, com a ajuda da Fundação Calouste Gulbenkian que patrocinou a sua conversão num museu.

Das várias salas que compõem a Casa-Museu, a sala da lareira era a sala mais ampla, onde se localizava a biblioteca pessoal de Almeida Moreira. Atualmente contém um piano, uma mesa de jogos, canapés e lareira.

Grande apreciador de arte, o Capitão Almeida Moreira, reuniu numa sala todo o património religioso e procedia ao restauro das peças recolhidas, guardando-as em segurança. Uma das peças mais importantes da sua coleção é uma pintura a óleo, um retrato do apóstolo de Santiago.

Na sala dos quadros contabilizam-se telas de cerca de 30 pintores, como Alfredo Keil, Bordalo Pinheiro, António Ramalho, Joaquim Lopes, entre outros. E, na sala dos retratos encontram-se obras do próprio Almeida Moreira, realizadas à mão.

 

Texto e imagem: Ana Isabel Lopes

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