Diário de uma Pandemia: uma exposição sobre os efeitos do “novo normal”

A exposição Diário de uma Pandemia, com lugar em Tondela e disponível até junho, envolve mais de 130 fotógrafos e exibe os efeitos do “novo normal” após o início dos primeiros casos de infeção por Covid-19 registados no país em março do ano passado. Quem o diz é Bruno Portela, sócio e fundador da associação envolvida, a CC11, que com a ACERT divulga trabalhos de fotojornalistas em três locais: a Galeria ACERT, o Museu Terras de Besteiros e a Biblioteca Tomaz Ribeiro.

Por João Nogueira

Bruno Portela afirma que objetivo foi o registo deste período pandémico entre março e início do verão: “quisemos que ficasse registado este período para que as pessoas hoje olhassem para a realidade que se mantém, e que mostre o momento de estranheza”. Nos trabalhos é possível encontrar “a parte da saúde, os testes, os hospitais, as mortes. Também o novo normal, a utilização de máscaras, a desinfeção, o distanciamento social, e até os velórios limitados”.

“Everyday Covid”, um projeto criado por os fotojornalistas Miguel A. Lopes e Gonçalo Borges da Silva de forma independente no Instagram, demonstra “o isolamento, o sentido de clausura, a nova realidade das máscaras, a dinâmica dentro dos hospitais, lares, momentos políticos e até funerais” segundo Miguel A. Lopes. O trabalho pode ser visto em duas partes na Galeria ACERT e na Biblioteca Tomaz Ribeiro. Para além deste projeto, “Retratos de Portugal pelas agências de notícias” também está disponível no local e pretende demonstrar um “relato visual de como Portugal reagiu à pandemia”, por parte dos correspondentes das agências AFP, AP, GettyImages, Lusa/EPA e Reuters.

No Museu Terras de Besteiros, Luísa Ferreira apresenta a sua exposição “Claro e Escuro”, que mantém a estrutura da exposição anteriormente apresentada em Lisboa. A autora confessa que “compartimentou mais e teve de adaptar certas coisas”. Segundo a artista o seu trabalho em forma espiral, mostra “as novas formas de estar e de viver do último ano e o lado do vazio que se instaurou nas cidades”.

Na Biblioteca Tomaz Ribeiro, para além da segunda parte do projeto “Everyday Covid”, “Dias da Pandemia pela Imprensa Nacional” é uma exposição de como foi retratada a pandemia pelas capas de jornais portugueses entre março e julho de 2020, numa seleção do editor João Paulo Cotrim.

A exposição Diário de uma Pandemia, que começou em abril e estará disponível até 18 de junho de forma gratuita, está repartida em três locais diferentes em Tondela, e com os seguintes trabalhos: “Everyday Covid”, “Retratos de Portugal pelas agências de notícias”, “Claro e Escuro” e “Dias da Pandemia pela Imprensa Nacional”.

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