Jerónimo de Sousa, “só mais um” entre a classe operária

Nascido em pleno Estado Novo, no ano de 1947, vem de origens humildes e começou a trabalhar desde os 14 anos. Chegou a cumprir serviço militar durante dois anos na guerra colonial e tornou-se deputado do PCP em 1975, um ano depois da sua adesão ao partido. Sucedeu-se a Carlos Carvalhas na liderança do partido em 2004 e ali se mantém até aos dias de hoje, 15 anos depois. Rejeita o título de doutor e considera-se um mero membro da classe operária, o que lhe garante alguma empatia por parte do povo trabalhador.

Por Ricardo Pereira

Jerónimo estudava enquanto trabalhava na sua juventude, tendo o quarto ano do antigo curso industrial, e casou aos 19 anos com Ovídia, com quem teve as suas filhas Marília e Lina.

Poucos anos depois, em 1969, viu-se obrigado a ingressar o exército português, onde passou os seus dois anos seguintes.

Assim que o 25 de Abril se deu, Jerónimo de Sousa inscreveu-se no PCP e tornou-se seu deputado apenas um ano depois, para a Assembleia Constituinte, posteriormente renomeada de Assembleia da República. No final da década de 1970 marcou presença no IX Congresso Nacional, ao ser eleito para o Comité Central do PCP. A partir do XIV Congresso, que se deu em 1992, passou a integrar a Comissão Política comunista.

Em 1996 candidatou-se ao cargo de Presidente República, acabando por desistir em apoio a Jorge Sampaio, que veio a derrotar Cavaco Silva. Candidatou-se novamente 10 anos depois, em 2006, dois anos depois de ser eleito o líder e a cara do Partido Comunista no XVII Congresso Nacional. Foi o sucessor de Carlos Carvalhas, que 12 anos antes havia sido o sucessor do icónico Álvaro Cunhal. Desde então já foi reeleito pelos seus “camaradas” por três vezes (2008, 2012 e 2016), estando à frente do PCP há quase 16 anos.

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