Afinal há réplicas melhores do que o original

Com uma excelente arquitetura de ambiente, cinematografia impactante e um ótimo acting, ‘Blade Runner 2049’ faz mais do que tentar recriar o mundo seu antecessor ‘Blade Runner’ (1982): eleva definitivamente a fasquia.

Apesar de se encaixar no genre de ficção científica, esta obra cinematográfica teve mais com que se suportar do que os seus efeitos especiais. O elenco do filme contribuiu em larga escala para a qualidade do filme: Jared Leto a conseguir construir uma personagem muito sólida mesmo com pouco tempo de ecrã; Ana de Armas a fazer uso do contraste entre uma frieza sensual e uma ternura confortante que contribuíram para uma necessária manipulação tanto do espectador como de K, o protagonista; Harrison Ford a demonstrar mais uma vez a sua intensidade característica e, por fim, Ryan Gosling a provar o porquê de ter sido escolha constante para tantos – e tão bem sucedidos – filmes em anos recentes.

A cinematografia foi muito bem-sucedida, focando-se no uso das cores para transmitir a mensagem de cada cena. Esta obra teve o seu ápice na caracterização das personagens e construção de ambiente, gesto que Dennis Villeneuve já tinha feito questão de investir em filmes anteriores como ‘Arrival’, mas nunca desta maneira.

Mais do que tudo isso, ‘Blade Runner 2049’ presenteou com uma estória intrigante e imprevisível, dilemas morais desconcertantes e trouxe consigo uma capacidade de conexão emocional inovadora face ao primeiro filme de 1982.

 

Texto: David Alexandre Cunha

Imagem: Divulgação

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