Três décadas de teatro a partir da Serra do Montemuro

O Teatro Regional da Serra do Montemuro foi criado em 1990 na aldeia de Campo Benfeito, no concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Já nos anos 50, Campo Benfeito era uma aldeia de tradições na área do teatro, onde as pessoas se juntavam e criavam pequenas peças de teatro para animar a população no inverno, quando o trabalho no campo era mais reduzido.

Por Catarina Relva

Um grupo de jovens durante um mês dinamizaram uma atividade cultural, culminando com a apresentação de espetáculos e um convívio com a comunidade da aldeia. Foi num festival de teatro promovido pela associação ICA (Instituto de Assuntos Culturais) que os jovens foram abordados por um ator formador, que os incentivou a formarem um teatro, e dessa forma, em 1995 a companhia fez o seu primeiro projeto profissional, o espetáculo Lobo-Wolf.

As peças do teatro são todas feitas de origem e “os temas normalmente estão relacionados com coisas do dia a dia, atuais os tradicionais”, explica Paulo Duarte, que acrescenta que “mais importante do que o tema é a maneira como queres abordar o tema e acima de tudo como criar e contar uma boa história, pois nós na verdade somos contadores de histórias”, refere este que é um dos membros mais antigos do teatro.

Para que o teatro tenha uma maior visibilidade e alcance um elevado número de público, o teatro Montemuro opta por criar para todos os espetáculos material em papel e informático nas redes sociais, onde nas quais se partilham fotos e vídeos promocionais. “Nós também temos uma publicação semestral que é enviada para pessoas que nos seguem e querem receber mais informações sobre a nossa atividade. É também criado um catálogo de todos os nossos projetos que estão em cena e ações de formação que estamos disponíveis para efetuar que é depois encaminhado para programadores de teatros e municípios e agências culturais”, conta Paulo Duarte.

O teatro Montemuro “é a companhia do país que faz mais espetáculos fora da sua sala, em média 100 espetáculos por todo o país. Fomos ao Brasil para representar-mos Portugal nas comemorações dos 500 anos da descoberta do Brasil e também a vários países do estrangeiro” revelou Paulo Duarte.

“O público dá sempre uma opinião e demonstra um feedback bastante positivo” confidencia o ator. No entanto, Paulo  Duarte conta que não há nenhum segredo para durar 30 anos, apenas “partilhar e acolher opiniões, crescer com as críticas, mesmo sendo as negativas, porque normalmente são com essas que se aprende mais. Ir todos os dias trabalhar com entusiasmo e de menta aberta a novas aventuras. No fundo ser feliz”.

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