Um caso insólito chamado Ryanair

A companhia áerea irlandesa Ryanair já cancelou mais de 2.000 voos e deixou, assim, milhares de passageiros em terra.

Apesar de o presidente executivo da empresa, Michael O’Leary, afirmar que os milhares de voos cancelados se devem a falta de planeamento das férias da tripulação, nega que lhe faltem tripulantes. O certo é que uma das empresas concorrentes, a Norwegian, já contratou 140 pilotos que pertenciam aos quadros da Ryanair.

O prejuízo previsto devido a estes cancelamentos ronda os 25 milhões de euros e já foram notificados mais de 400 mil passageiros através de um e-mail enviado pela empresa, no qual pede desculpas por “uma confusão da nossa responsabilidade”. Segundo a autoridade defensora dos consumidores (Deco), os passageiros afetados podem exigir até 400 euros por cancelamento.

No seguimento da crise que afeta a empresa, o pessoal de bordo da companhia prepara uma greve em massa seguida por uma deserção. Os trabalhadores demonstram-se insatisfeitos com as condições de trabalho e ameaçam poder sair para empresas concorrentes, como já sucedeu no caso de alguns pilotos que pertenciam à Ryanair.

O impacto da atual crise na companhia aérea Ryanair já foi alvo de debate no Parlamento Europeu na passada quarta-feira, pelo facto de os próprios eurodeputados terem sido afetados pelos cancelamentos de voos por parte da companhia.

Michael Hickey, atual diretor de operações da companhia, anunciou que vai abandonar as suas funções no final deste mês, depois do cancelamento de milhares de voos anunciado para os próximos meses.

 

 Texto: André Lima

Foto: wikipedia

 

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