Nova época, novo Académico

Com o arranque da segunda liga projetado para a segunda semana de setembro, o Académico de Viseu vê novos nomes a aparecerem na ficha técnica, seja dentro das quatro linhas ou mesmo no banco de suplentes. Com um novo treinador e um plantel renovado, os viriatos preparam assim o que parece ser uma época diferente, com alguns remendos para tapar aquelas que possam ser saídas importantes.

Na época passada a equipa beirã encontrou um baú de surpresas conhecido como Taça de Portugal. Em termos da Liga Pro, segundo escalão português, a época foi igualmente positiva. A uma certa altura os adeptos ainda achavam possível uma luta pela subida, mas o investimento feito pelo Nacional e pelo Farense mostrou ainda ter uma certa diferença comparado com o resto das equipas.

Chegado a meio da época passada, Rui Borges teve tempo para aprontar o plantel para a época 2019/2020. O oitavo lugar na liga foi um sinal positivo daquele que era o trabalho que vinha a ser feito na taça rainha. Eliminatória a eliminatória, o Académico de Viseu eliminou o Clube Desportivo de Rabo de Peixe (1-0), da ilha de S. Miguel, triunfou sobre o Real Sport Clube (3-1) e venceu o Feirense (1-0). Chegando aos oitavos de final com a árvore de equipas restantes a diminuir cada vez mais, a equipa beirã continuou a surpreender.

Venceu por uma bola a zero o Chaves e, nos quartos de final, derrotou pelo mesmo resultado o Canelas 2010, equipa do icónico líder dos Super Dragões, claque do Futebol Clube do Porto, Fernando Madureira. Ironicamente, a festa da taça chegou mesmo a Viseu quando o sorteio colocou os dragões no Estádio do Fontelo. Com um empate surpreendente a uma bola em terras beirãs, a eliminatória só foi decidida no Estádio do Dragão, com uma vitória dominante da equipa de Sérgio Conceição, por três bolas a zero.

Com o final da época interrompida devido à pandemia covid-19, os adeptos ficaram satisfeitos com os resultados e esperavam ansiosamente pelas contratações durante o verão para construir um grupo ainda mais forte, mas a pressão económica provocada em equipas sem grande capacidade financeira fez com que não fosse esse o destino.

No mês passado, Rui Borges, que tinha contrato até 2021, viu o seu nome ser apresentado como treinador principal da Académica de Coimbra, naquela que foi uma rescisão amigável com o clube de Viseu.

Com a saída do treinador, alguns titulares também tomaram a mesma decisão e procuraram outros caminhos. Casos de Steven Pereira, Latyr Fall, Jean Patrick, Lucas Silva e Ruizinho (este último emprestado) são nomes que certamente vão fazer falta, juntando-se a esta lista a venda de João Oliveira, médio defensivo de 28 anos que saiu para o Zaglebie Sosnowiec, da segunda liga polaca.

A SAD do Académico rapidamente tentou responder a estas saídas com três contratações. Yuri Araújo, ex-Penafiel, André Carvalhas, do Cova da Piedade e João Vasco foram os nomes escolhidos para integrar a equipa agora liderada por Sérgio Bóris, vencedor do Campeonato de Portugal em 2015/2016 pelo Cova da Piedade.

A época 2020/2021 vai com certeza ser um momento complicado para muitos clubes. Com um sonho de um dia poder voltar à Liga NOS e juntar-se ao Tondela, vizinho beirão, o Académico de Viseu vai remando contra a corrente enquanto combate contra clubes com maior poderio económico que constroem projetos de subida.

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