“Sonho em Silêncio”, novo single de Sérgio Lucas lançado em tempos de COVID19

Sérgio Lucas, natural de São Pedro do Sul, é conhecido pela sua longa carreira artística no mundo da música e do teatro. O seu percurso pelos palcos começa aos nove anos e agora lança um novo single: “Sonho em silêncio”. O tema retrata o confinamento vivido no país face à pandemia da Covid-19 e é motivo de sucesso nas redes socais.

Por Mariana Loureiro

Desde a conquista do primeiro prémio, aos nove anos, no Festival da Canção da escola, que a música ocupa um lugar especial na vida de Sérgio Lucas. Aos 13 anos formou a sua primeira banda, na qual sempre foi o vocalista. “Essa banda evoluiu. Crescemos como pessoas, como músicos e deixámos de ter uma formação rudimentar, porque adquirimos vários instrumentos, como a bateria e o baixo, para além da viola”, refere o cantor. A banda Sekhmet percorreu o país e teve as suas músicas a passar nas rádios.

Para além da música, as artes performativas também acompanham a vida de Sérgio. Pinto Agra Amorim, um dos fundadores do Teatro Gil Vicente, em Coimbra, foi o seu mentor e grande ídolo. “Foi ele que me deu o impulso para começar nas artes do palco”, refere. Em 1995, partiu na aventura de “mochila às costas” para Lisboa, onde participou em castings e ficou selecionado para fazer parte da série televisiva “Camaleão Virtual Rock” e para os musicais de Felipe La Féria.

Em 2004, foi o vencedor da segunda edição do Ídolos em Portugal. “Seguiram-se 15 anos de trabalho exclusivo nas artes performativas e na música”, afirma o cantor que neste período gravou quatro discos a solo originais e foi membro fundador de duas bandas. “Tiveram o seu percurso normal de tournée, com dois discos gravados”, acrescenta Sérgio.

O mais recente single, “Sonho em Silêncio”, surge como esperança de tempos melhores. “Fala sobre o confinamento, a liberdade com que temos de sonhar: em estarmos novamente juntos e voltarmos ainda mais humanos”, conta o artista. Em pouco tempo, a música composta pelo pianista e produtor viseense Paulo Lima, que propôs a Sérgio o desafio para interpretar o tema, ultrapassa as duas mil visualizações no Youtube. O intérprete refere que o rápido acesso à informação permite um maior impacto do seu trabalho. “Em pouquíssimo tempo chegou mais longe do que estávamos à espera. Nas redes sociais é tudo muito imediato, tudo no momento, mas também rapidamente se vai perdendo a informação, pelo facto de começarem a surgir coisas novas”. Salienta, ainda, que o single surge como uma reflexão interior, sem o objetivo de ser produto de mercado.

O artista, que desde sempre exerce a profissão de carpinteiro, nunca parou a sua atividade musical e representativa. Continua a dar concertos, sobretudo na região, e já está a compor um novo tema que será lançado em setembro. O vencedor dos Ídolos refere que “tudo implica um investimento grande. Não havendo meios financeiros e patrocínios para se fazer tudo de uma vez, vai-se fazendo aos poucos. No nosso país, ou se tem dinheiro para a cultura, para se ser cultura, ou simplesmente nos anulamos porque não temos meios para desenvolver o nosso trabalho culturalmente”.

Sérgio Lucas teve que dar passos atrás para poder avançar na sua carreira. Tal como muitos artistas em Portugal, o cantor assume-se como um resistente e tem a certeza que não vai ficar por aqui.

a