Em tempos de COVID19, “ser enfermeiro em dois lares diferentes é difícil, mas tento dar o melhor de mim”

A pandemia da covid-19 colocou os lares e idosos numa situação de risco. Marco Ferreira é enfermeiro em dois lares do concelho de Tabuaço a norte de Portugal e nenhum apresenta casos positivos. A autoridade de saúde do Douro Sul confirma três casos referenciados no concelho.

Por Luciana Soares

O enfermeiro Marco Ferreira ou herói como habitualmente lhe chamam, divide o seu tempo em duas instituições da região. Trabalha sete dias seguidos na Santa casa da Misericórdia, em Tabuaço, com 63 utentes e 14 dias no Lar Maria de Lurdes Barradas, em Barcos, com 46 idosos.

Seguindo as regras de segurança da Direção Geral de Saúde (DGS), Marco Ferreira afirma que no início da pandemia foi dada “formação aos funcionários”, sobre “o que é a doença” e os cuidados a ter. Atualmente é obrigatória a utilização dos equipamentos de proteção individual nas instituições e é necessário aprender a sua utilização, pois  “não é só andar com ele vestido, mas também saber como o tirar”. Todos os dias são monitorizadas as temperaturas já que a febre é um dos principais sintomas.

 A luta é conjunta com a sua equipa, já que cerca de 12% dos lares em Portugal têm casos de Coronavírus e segundo os dados da DGS, o Norte regista 784 mortes, mais de metade das mortes do país.

Com várias medidas implementadas e visitas restringidas o transtorno causado foi imenso e revela que tem “visto idosos de 90, 91 e 95 anos, a fazer vídeo chamadas com os familiares a pedir para ir ao computador ver a família”, coisa que há um ou dois anos atrás nunca imaginou ver.

Para este jovem não existem heróis. Ser enfermeiro em dois lares diferentes “é difícil, mas tento dar o melhor de mim”.Apesar de saber que o regresso à normalidade ainda está longe apela para a responsabilidade civil e garante que se todos remarmos para o mesmo lado, tudo é mais fácil.

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