“Viriatas” – jogadoras de futsal esperam maior reconhecimento do escalão feminino

O Viseu 2001 é a principal equipa de futsal da cidade de Viseu. O clube foi fundado em 2002 e aderiu ao futsal feminino em 2017.

Reportagem de Enrico Almeida, Hugo Daniel, Lígia Fernandes e Sofia Pereira

A equipa masculina do Viseu 2001 encontra-se atualmente no escalão máximo de futsal nacional. O treinador da formação feminina, Rogério Nunes, também conhecido por Roger, afirma que a motivação do seu plantel está mais alta devido à classificação da equipa masculina. “É sempre bom estarmos num clube onde uma das equipas, neste caso a masculina, está no topo. Ajuda-nos como treinador a perceber dinâmicas diferentes, também olhando para objetivos, formas de trabalho;”

Patrícia Sousa, jogadora da equipa feminina do Viseu 2001, conta que “para além de querermos ganhar o nosso campeonato, o objetivo é sempre conseguir ir o mais longe possível e chegar a uma primeira divisão.”

Roger, que já treinou escalões masculinos, destaca as diferenças, sendo que “passam numa primeira fase pelas questões físicas”. No entanto, o treinador, destaca que há diferenças positivas: “no feminino, a capacidade de absorção de ideias, de análise de jogo, de tentar passar para campo aquilo que se treina, costuma ser, de uma forma generalizada, mais rapidamente absorvido”.

Uma das questões abordadas tanto pelas jogadoras como pelo treinador, é a falta de visibilidade e importância perante o futsal feminino.  Patrícia Sousa, confessa que ainda espera “que um dia consiga haver ainda mais a igualdade ao masculino”. 

Sabemos que o apoio do público é um fator importante na energia do clube. Segundo Roger, “em Viseu não é normal ter muita gente a assistir a jogos femininos”. No entanto, como o Viseu 2001 é um clube que contém muitos sócios e variados escalões, as pessoas acabam por criar uma ligação com aqueles que fazem a família do Viseu 2001. “Há outros clubes em que se calhar não têm praticamente ninguém na bancada. Isso também não é bom até para o crescimento do futsal feminino distrital”, afirma.

A falta de reconhecimento do futsal feminino faz com que muitas jogadoras tenham de jogar em escalões diferentes do seu. O treinador da equipa conta que lhe custa “ver miúdas com 15 anos que não têm equipa júnior para treinar, e por isso treinam com os seniores e andam pelo país fora a jogar.”

Diversas vezes reconhecido e valorizado por entidades externas, a equipa de jogadoras da modalidade de futsal trabalha todas as semanas para chegar mais longe. Nos próximos anos, o clube pretende continuar a focar-se na formação desportiva dos jovens viseenses abraçando novos projetos e modalidades.

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