Eutanásia divide opiniões

A eutanásia é um tema bastante polémico nos dias de hoje e é certo que, por mais que se pense que é um tema fácil de recolher opiniões, a população abrangida, e também a maior parte, possuí pontos de vista bastante divergentes.

Por Inês Melo e Marta Santos

A legalização da eutanásia tem vindo a ser discutida cada vez mais pelo parlamento Português, estando em cima da mesa diversas propostas para a introdução da eutanásia nos cuidados de saúde em Portugal.

A ordem dos Médicos e a ordem dos Enfermeiros possuem uma opinião pública de que são contra o suicídio assistido, afirmando que vai contra o código de honra. NO entanto, nem todos os profissionais de saúde, quer médicos quer enfermeiros, concordam. João Rodrigues, chefe do bloco operatório da CUF Viseu, é um desses casos. O profissional de saúde destaca que é “a favor mas não seria capaz de a executar, porque se colocarmos num cenário possível o facto de ser permitido assinar um papel de que mais tarde quer ter a morte assistida, estando dentro de uma idade em que não é reconhecida nenhuma doença terminal ou não, mais tarde e estando nessa situação de doença terminal, pode ocorrer o caso de que, afinal, não se quer que seja praticada a eutanásia. E caso se esteja numa fase em que não se consiga expressar nem verbal nem fisicamente, não se vai ser capaz de renunciar o “desejo” anteriormente referido. Por isto, sou a favor da prática, mas não seria capaz de a executar quer por questões de ética quer por questões morais”.

Relativamente à religião, o Bispo de Viseu, António Luciano, defende que “matar alguém é sempre um crime”, realçando ainda que “é inaceitável sendo que os médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde não têm legitimidade para matar alguém”.

Posteriormente, no entender dos cidadãos comuns de Viseu, é possível assistir a dois panoramas diferentes. A população mais idosa, como é o caso de Maria Odete de 72 anos, diz ser contra, uma vez que “se Deus deu a vida, só ele te dará a morte e o sofrimento faz parte do ciclo de vida de cada um”.

Partindo para a população mais jovem, estes, na sua grande maioria, não têm uma ideia fixa sobre a eutanásia. Miguel Carola, jovem de 17 anos, residente em Viseu, alega que “as pessoas têm o direito, em caso de doenças terminais ou incapacitantes sem melhorias possíveis, de decidir se querem ou não morrer e acabar com o seu sofrimento. Mas esta prática não pode ser executada sem total consciência e não só porque sim, porque hoje em dia existem vários casos desse género”.

Questionado pela comunicação social e pela maior parte da população portuguesa sobre este assunto, Marcelo Rebelo de Sousa, diz só se pronunciar no final.

Apesar das diversas opiniões da sociedade portuguesa, o Parlamento Português aprovou, no passado dia 20 de fevereiro cinco projetos de lei que despenalizam este ato em Portugal que autorizam a denominada eutanásia viva.

A Eutanásia consiste no ato de pôr fim à vida de uma pessoa, por vontade da mesma, em caso de doenças incuráveis onde persiste o sofrimento físico e/ou psicológico.

Este ato pode ser, também, denominado por suicídio assistido e a sua prática é permitida na Holanda, Bélgica, Suíça, Luxemburgo, Colômbia, Canadá e em cinco estados Norte Americanos.

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