Uma visita ao mundo dos dinossauros

O Dino Parque da Lourinhã abriu portas ao público a 9 de fevereiro de 2018. Prestes a fazer dois anos, conta com cerca de 180 modelos de dinossauros e outros animais à escala real, sendo o maior museu ao ar de livre de Portugal e o maior parque temático da Europa.

Por Adriana Santos

Entrada do Dino Parque da Lourinhã

Ao longo dos cerca de 10 hectares, o  parque encontra-se dividido em cinco percursos diferentes correspondentes a cinco períodos da história da Terra, sendo eles o Paleozoico – um período que começou há cerca de 419 milhões de anos; o Triásico – onde se deu o aparecimento dos grandes dinossauros; o Jurássico – onde surgiram dinossauros mais evoluídos e inteligentes, e espécies únicas apenas encontradas na Lourinhã; o Cretácio – onde encontram-se as espécies mais famosas como o Tyrannusauros rex e o Triceratops; e por fim, os Monstros Marinhos – onde se encontram animais de lagos e mares desde há 450 milhões de anos até aos dias de hoje e introduzido em 2019.

Ao entrarmos no parque temos o edifício central onde se encontram as bilheteiras e a loja do parque com diversas recordações que os visitantes podem comprar e um ponto de restauração. É ainda na entrada do parque que somos recebidos por Cátia Fernandes, uma das operadoras de loja e rececionista dos visitantes ao parque, que já trabalha há dois anos no mesmo.

Ao longo destes dois anos tem sido uma experiência gratificante, pois conseguimos aprender um pouco mais em vários aspetos de interação com o público e, em especial, questões relacionadas com a paleontologia que não são muito abordadas no nosso quotidiano e aqui aprendemos muito com os nossos paleontólogos sobre este mundo pouco falado e um pouco desconhecido dos dinossauros”

Cátia Fernandes, rececionista do Dino Parque

Para além das bilheteiras, loja e restauração, ainda no edifício central existe o laboratório onde, segundo Tiago Marques, gestor de marketing do parque, “tentamos ter sempre um paleontólogo a preparar fósseis para que as pessoas possam ver todo o processo, desde que este sai da natureza, até à preparação do que é rocha e do que é fóssil”. Existe ainda o espaço museológico, em parceria com o Grupo de etnografia e Arqueologia da Lourinhã (GEAL), onde podemos encontrar a exposição “Dinossauros da Lourinhã” que integra uma série de fósseis originais e réplicas.

Dinossauro perto do Pavilhão de Atividades

No exterior do edifício central existe o Pavilhão das Atividades, mais direcionada para as crianças, com diversas atividades para as mesmas, desde o barro e a pintura para as crianças até aos 2/3 anos, à escavação de blocos de sedimento em que se pode escavar um fóssil verdadeiro ou um esqueleto de dinossauro, até às formações minerais que se podem adquirir e, posteriormente, partir para descobrir o que há no interior, sendo que não existe dois iguais, sendo sempre diferentes. “Existe também uma caixa de areia onde as crianças podem encontrar dentes de tubarão e raia verdadeiros que vêm de uma pedreira de Marrocos e pedras semipreciosas.”. Alguma destas atividades são gratuitas, sendo necessário pagamento para outras.

Os cinco percursos de dinossauros do parque, já referidos anteriormente, fazem num total cerca de três quilómetros e, por isso, as visitas guiadas ao parque são feitas apenas a um dos percursos e ao laboratório.  “Os percursos são muito grandes na sua extensão e fazemos apenas ao laboratório e a um dos percursos, sendo que é mais ou menos este tempo que demora, pelo menos os percursos mais impressionantes que temos, o Jurássico e o Cretáceo, demoram uma hora com visita guiada.”. Ao longo do parque existe ainda várias zonas de piquenique e um espaço de restauração exterior que é aberto nos períodos de verão, quando existe uma maior afluência de visitantes.

Alguns dinossauros no exterior do edifício central

Na época de abertura do parque estimavam-se cerca de 200 mil visitantes durante o primeiro ano, no entanto, este número foi ultrapassado, tendo chegado aos cerca de 350 mil. Atualmente o número de visitantes, ao longo destes dois anos de existência, ronda os 550 mil. O ponto alto de visitantes é a época do verão, sendo julho um mês com bastantes visitas escolares e julho, agosto e setembro uma maior afluência de visitantes regulares, como famílias.

Em relação aos visitantes, Tiago Marques diz que “a maioria dos visitantes são do mercado nacional, ou seja, são portugueses, mas temos visitantes de todas as nacionalidades. Recebemos muitos espanhóis, muitos franceses, na altura do verão, que muitas das vezes são os nossos emigrantes, alemães, (…), de todas as nacionalidades.”

Existem visitantes que se dirigem ao parque propositadamente, outros porque estão perto da zona e veem os flyers publicitários nos hotéis ou em postos de turismos.

É difícil de quantificar, mas já falei com alguns visitantes e sei de um casal alemão que viram um mupi publicitário em Lisboa e uma revista da TAP no avião, e vieram de Lisboa até ao Dino Parque de prepósito. Temos muitos espanhóis que nos visitam de prepósito, pois existe um dino parque parecido ao nosso em Espanha, mas quem está em Vigo ou na Galiza fica mais perto visitar o da Lourinhã.”.

Tiago Marques, gestor de marketing do Dino Parque

Igor Gomes, visitante do parque e residente do concelho da Lourinhã refere que o parque está muito bem estruturado e planeado. “O facto de podermos ouvir alguns sons dos animais em determinados percursos torna a visita mais criativa e surpreendente, sendo que as próprias réplicas de dinossauros em si já o são”. Igor refere ainda que deveria existir uma melhor acessibilidade do centro da vila ao parque pois “não existem transportes públicos da Lourinhã à localização do parque e, sem um carro próprio, apenas existe a opção de apanhar um táxi, o que pode acabar por ficar dispendioso”.

Tiago Marques diz que o principal objetivo do parque é ter cada vez mais visitantes e, por isso, tentarem todos os anos trazer algo diferente para que quem já visitou tenha o interesse em visitar novamente. A abertura do novo percurso dos Monstros Marinhos em 2019 foi uma delas e ao longo do ano tentam ter algumas atividades em determinadas ocasiões. “No primeiro ano não fizemos mais nada para além do próprio parque, neste segundo ano celebrámos o Halloween com dois tipos de visitas guiadas. A primeira visita era ao final da tarde, já escuro, à luz de lanternas e a segunda visita para um público a partir dos 12 anos em que já existiam atores e encenações. A atividade foi um sucesso tendo tido 100 participantes em 120 possíveis”.

Dino Parque quer ter cada vez mais visitantes

No ano de 2018 o parque teve os seus dois grandes pontos altos de comunicação e divulgação sendo o Rock In Rio e a caderneta de cromos de dinossauros do Pingo Doce. No espaço físico do Dino Parque no Rock in Rio, passaram cerca de 20 mil pessoas mais todas as notícias que foram geradas, tendo sido a reportagem de abertura do Rock In Rio na SIC feita com a Roberta Medina e o dinossauro do parque por detrás. Em relação à caderneta de cromos do Pingo Doce, foram vendidas cerca de meio milhão de cadernetas e cerca de um milhão oferecidas em 450 lojas de todo o país, tendo existindo anúncios publicitários quer televisivos, quer online e ainda a presença nas lojas, tudo com a marca Dino Parque. Tudo isto gerou cerca de 90 mil euros para bolsas de investigação paleontológica, sendo esse um dos principais cuidados e princípios do parque. “Queremos promover e dar continuidade a este trabalho científico que os paleontólogos fazem, para não se extinguir, quer por falta de verbas, quer por falta de meios. Queremos dar apoio e continuidade.”.

Antes da abertura do parque já detinham uma parceria com uma empresa de comunicação, em que esta tratava da comunicação do mesmo, quer em jornais, rádios e telejornais. Na mesma altura foram enviadas brochuras promocionais para todas as escolas do país, com promoções e preços especiais para visitas escolares.

Ao longo dos dois anos de existência do parque são várias as parcerias que o parque detém com empresas como a FNAC, a Via-Verde, a CP ou o banco Millenium que resultam, para os clientes da mesma, em vários descontos e benefícios no acesso ao parque. Segundo o gestor de marketing do parque existe uma relação benéfica entre as duas partes. “Nós (Dino Parque) oferecemos descontos aos clientes e, por sua vez, a empresa oferece-nos publicidade. É uma forma que temos de não ter grande investimento, mas conseguirmos chegar a um grande número de pessoas”.

Vista para o parque

Ainda durante estes anos de abertura ao público foram vários os outdoors e mupis publicitários na zona de Lisboa, que é o seu principal mercado, e a presença em vários shoppings como o Amoreiras Shopping, Oeiras Parque, Braga Parque, La Vie (Caldas da Rainha), Arena Shopping (Torres Vedras), entre outros. “O sucesso desta presença foi garantido pois conseguimos estar fora do parque a mostrar às pessoas o que é um pouco o conceito do parque. Este ano ainda estamos a estudar aquilo que iremos fazer.”.

O Dino Parque da Lourinhã encontra-se aberto todos os dias desde as 10h às 17h de outubro a janeiro, das 10h às 18h de março a abril e das 10h às 19h de maio a agosto e o preço dos bilhetes têm um custo de 9,90 € para crianças a partir entre os 4 e os 12 anos e de 13€ a partir dos 12 anos. Existem ainda preços especiais para grupos, famílias e visitas escolares.

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