Do Boavistão à política da cidade de Gondomar, eis Valentim Loureiro

Nascido em Várzea de Calde, uma pequena aldeia perto da cidade de Viseu, Valentim Loureiro tornou-se conhecido pela falta de ‘’papas na língua” e pelo seu amor incondicional pelo Boavista. Eis o perfil político de um dos personagens mais icónicos da política portuguesa.

Por Luís Freitas

Valentim dos Santos Loureiro, de seu nome, nasceu no dia de consoada, 24 de dezembro de 1938. Estudou Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo posteriormente juntado ao exército durante o Regime Salazarista.

Aí, deu-se início a um de muitos casos que se sucederam ao longo da sua vida, o famoso “Caso das Batatas” em que resumidamente o capitão do exército roubou rações do exército para proveito próprio. Durante a guerra colonial, para além do caso das batatas, foi também julgado e condenado por vender balas a uma das fações revolucionárias da Guiné, o PAIGC, tendo tudo isso resultado na sua expulsão do exército.

No entanto depois do 25 de abril, Valentim Loureiro, que até à data da sua expulsão em meados dos anos 60 onde tinha a patente de capitão do exército, foi readmitido no mesmo, mas com a promoção à patente de Major.

Já no que à política diz respeito, começou por entrar no PSD onde enquanto esteve no PSD, foi banido do partido por práticas indevidas. Ao longo da sua vida política e pessoal, destacam-se inúmeras acusações de branqueamento de capitais, burla, abuso de poder, prevaricação, corrupção ativa, corrupção passiva, entre outros. No entanto, apesar das provas mais que concretas, inexplicavelmente nunca foi condenado, tendo sido só penalizado ora pena suspensa, ora com multas

Com o apoio dos social-democratas candidatou-se para as eleições para a Câmara Municipal do Porto no ano de 1993, assim como se candidatou com o movimento Gondomar no Coração. Este mesmo movimento saiu vitorioso no ano de 2007, tendo arrebatado ao PS a câmara desta mesma cidade com a famosa ‘’campanha dos eletrodomésticos”. Também esteve envolvido no processo “Apito Dourado”, juntamente com Pinto da Costa e Lourenço Pinto. Atualmente é Presidente Honorário do Boavista, sendo o presidente do clube o seu filho, João Loureiro.

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