Rui Rio, o líder que aprendeu economia a jogar bilhar

Rui Fernando da Silva Rio, atual líder do Partido Social Democrático (PSD), voltou quase uma década depois à gestão do Partido.

Por Eva Pais

Nasceu no Porto a 6 de agosto de 1957, e foi a esta cidade que dedicou parte da sua vida. Conhecido pelo seu perfil austero, característica que Rui Rio dava ao seu pai e que diz justificar, em conjunto com uma sedução pela Europa Central, o facto de ter começado a estudar no Colégio Alemão, com apenas 4 anos.

“Ficou sempre com uma certa sedução pela Europa central. O meu pai era muito rigoroso, demasiado rigoroso. Daí talvez o seu encanto com os alemães”, confidenciou o atual líder do PSD ao Jornal de Negócios, em 2009.

Licenciou-se em Economia, na Universidade do Porto, e diz que foi a jogar bilhar, após a separação dos pais e a morte do irmão, que aprendeu as primeiras noções de economia.

Chegou ao cargo de Presidente da Associação de Estudantes, na faculdade que frequentava, em 1981.

Exerceu a profissão de economista, até 1991, após ser eleito deputado da Assembleia da República, cargo que exerceu durante 10 anos.

“A seguir ao 25 de Abril, os meus pais separaram-se. […] Com 15, 16, 17 anos, eu ia ao café jogar bilhar. […] A meio do mês já não tinha [dinheiro]. Não jogar porque não tinha dinheiro, não podia ser. Então, pensei assim: durante um mês, não pego num taco. “Hoje não vou ao café e vou guardar o dinheiro. Só entro no mês seguinte e só jogo o dinheiro que tiver […]. Habituei-me àquilo de poupar até ter uma maquia mais confortável. Numa caixa de latão das cigarrilhas do meu avô, tinha 50 escudos. Era a rainha Santa Isabel, a nota. Os 50 escudos depois foram 100 escudos”, referiu Rui Rio, também ao Jornal de Negocios.

Com uma vida pessoal recatada, sabe-se que é casado com Lídia Azevedo, natural de Viana do Castelo e de quem tem uma filha, Marta.

O ex-autarca ganhou protagonismo nacional durante os três mandatos que exerceu, entre 2001 e 2013, como presidente da cidade que o viu nascer.

Apesar disso, o seu percurso politico começou através da Juventude Social Democrata, onde foi vice-presidente entre 1982 e 1984. Chegou também a exercer, entre 1996 e 1997, o cargo de secretário-geral do PSD. Entre 2002 e 2005, em conjunto com Durão Barroso e Pedro Santana Lopes, dividiu a liderança do seu partido, com o cargo de vice-presidente.