Ljubomir Stanisic: da guerra à cozinha

Já esteve na guerra, agora a sua vida é a cozinha. Ljubomir Stanisic, chef de cozinha, esteve no passado dia 10 de abril no programa “Grande Entrevista”, onde contou a sua história. Nunca pensou vir a ser cozinheiro, apenas sabia que nasceu para ser alguém na vida. Garante que a chave para o sucesso é o trabalho e a dedicação. Desde os tempos da guerra à conquista de prémios, dos melhores pratos à cozinha portuguesa, o chef contou tudo.

Por Tiago Pestana

A guerra roubou-lhe o tempo para pensar na sua profissão de sonho, aos 14 anos começou a trabalhar numa padaria para sustentar a sua família, algo que não era do seu agrado. “Odiava aquilo, odiava o cheiro a pão” garante o chef. Entrou para esta área de trabalho por acaso, como o cozinheiro diz “Naturalmente a vida encaminhou-me para esta profissão e eu não desperdicei a oportunidade”.

O que nunca faltou foi dedicação, algo que Ljubomir garante ser a chave para o sucesso: “O mais importante é a dedicação, temos que trabalhar para alcançar os nossos objetivos, é importante saber o que queremos”. Quando soube que a cozinha era o seu lugar rapidamente se dedicou de corpo e alma a esta profissão, estagiou, viajou e estudou, algo que garante ser muito importante para perder o medo da cozinha.

Em 2017, o chef viu o seu restaurante “Bistro 100 Maneiras”, ganhar o prémio de melhor do mundo atribuído revista “Monocle”. Esta distinção fez disparar o número de reservas, deixando o restaurante muito movimentado. Questionado sobre a importância dos prémios o chef foi claro: “Todos gostamos de ser reconhecidos pelo nosso trabalho, mas não nos devemos agarrar a isso”.

Quanto à cozinha portuguesa, Ljubomir revela que esta tem uma grande qualidade, chega mesmo a colocar a cozinha portuguesa no seu Top 3 europeu.  Um dos motivos para este destaque é, o que o chef diz ser, uma característica única, “em tempos difíceis, como na época de Salazar, criaram receitas do nada que agora são incríveis”.

A experiência de guerra teve um grande impacto na vida do cozinheiro, que se mostra reticente sobre o assunto mas garante: “A guerra fez de mim um homem corajoso, sem medo, homem de família e de força”.

Uma das razões pelas quais ama esta profissão é o prazer que tem em “observar as reações das pessoas quando provam os seus pratos”. Apesar de ser um amante da profissão, esta é uma vida que não quer para os seus filhos por ser muito dura.

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