Estará a fast-food a tomar conta da alimentação dos alunos da ESEV?

Há quase 20 anos que Maria de Fátima Sá acompanha as escolhas dos alunos da Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV) relativamente à alimentação. A “funcionária Fátima”, como é muitas vezes chamada, acredita que a inclusão de refeições no bar veio afastar os alunos da cantina e questiona se “a juventude não sabe escolher a alimentação” porque vê, cada vez mais, os alunos “de sandes na mão”.

Refeitório – Escola Superior de Educação de Viseu

Apesar de ter começado a trabalhar no bar da escola, é no refeitório que se encontra nesta altura. Ao longo dos anos, Fátima tem vindo a observar que a adesão dos alunos à ementa da cantina tem vindo a diminuir. Para a funcionária, nascida em Viseu, as alterações recentemente implementadas, vieram prejudicar os serviços da cantina. Contribuiu para um comportamento “pouco cuidado” no que diz respeito às escolhas alimentares. Para Maria de Fátima, os alunos “não sabem comer”.

Após a privatização do bar, que está agora nas mãos da empresa Lanxeirão, criou-se uma espécie de competição entre estes dois serviços.

Bar – Escola Superior de Educação de Viseu

Fátima Sá defende que esta mudança decorre numa altura em que se assiste ao triunfo dos maus hábitos alimentares dos jovens: “acho que os alunos comem pior, cada vez. Para além das sandes, só querem batatas fritas”.

Por isso é que Maria de Fátima garante que o prato que mais adesão é “qualquer um que leve batatas fritas”. A fast food chegou e tomou conta das preferências dos alunos da ESEV.

Para contrastar com o reportório pouco saudável dos alunos da Escola Superior de Educação, foi inserido, há seis anos, um prato vegetariano na ementa, de forma a contemplar todos os gostos e preferências dos alunos. Uma decisão que Maria de Fátima aplaude.

Esta aposta da ESEV numa alimentação saudável reforça a esperança da funcionária que todos os dias vê os alunos a almoçar no refeitório. Apesar de o contacto com os alunos ser cada vez menor, Fátima Sá mantém-se esperançosa e acredita que a qualidade da comida servida no refeitório irá trazer de volta o movimento que um dia existiu.

 

Texto de Beatriz Costa e Luís Moita

 

a