“Valorizei-me, aprendendo com as experiências dos outros”

Ruben Amorim, formado em Educação Social no Instituto Politécnico de Viseu, é Vice-Presidente da Associação Promotora de Educação Social, chefe executivo na revista “4Sénior” e chefe executivo na empresa Educação Social Criativa. Com um percurso marcado por ações de voluntariado, nomeadamente no Hospital S. Teotónio e no Instituto das Drogas e Toxicodependências (IDT), e com a atenção virada para o público mais idoso, Ruben Amorim realizou após a licenciatura um Estágio Profissional na Empresa Humildasus, uma residência para pessoas idosas. Seguidamente, estudou ainda Empreendedorismo e Criação de Empresas na instituição da Universidade da Beira Interior. Correntemente, realiza vários Workshops quer na área do Envelhecimento, do Empreendedorismo, assim como desenvolve diversos jogos dedicados aos séniores.

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O que o levou a tirar uma Licenciatura em Educação Social?
A licenciatura em Educação Social marcava o equilíbrio entre o sonho e a realidade. O sonho… Sempre estive ligado ao desporto, quer no ensino secundário, quer nas atividades extracurriculares. Tudo indicava que iria enveredar num percurso académico ligado ao desporto. A realidade… Recordo-me de ter em consideração o fator da empregabilidade e, não conhecendo qualquer Educador Social, pensei que fosse uma área de maiores oportunidades profissionais. Sendo realista, sem nunca deixar de sonhar e querendo partilhar algumas das minhas competências sociais e humanas com a sociedade, decidi inscrever-me no curso de licenciatura em Educação Social, numa cidade fantástica: Viseu.
Como surgiu a ideia de criar uma revista apelidada “4Senior”?
Um dia questionei-me: “O que queres fazer até aos 30 anos?”. A resposta foi instintiva: criar um negócio. Para que tal se suceda com êxito devemos encontrar a melhor oportunidade, potenciada pelo melhor conhecimento. A oportunidade descobri com a dinamização de workshops pelo país inteiro, onde constatei que existem técnicos da área social fantásticos e com ideias incríveis. Este é, na minha opinião, um dos grandes pontos fortes da nova geração. O conhecimento procurei no mestrado em Empreendedorismo e Criação de Empresas. Os técnicos e instituições sociais do envelhecimento necessitavam de uma ferramenta de suporte para a sua atividade profissional. Algo que lhes fornecesse ideias e conhecimento. Assim surgiu a Revista 4Senior. Uma solução desenvolvida para dar resposta a uma das necessidades sentidas pelo segmento referido. Criada em finais de 2015, tem crescido de modo sustentado, chegando ao quotidiano de centenas de técnicos e instituições sociais do envelhecimento.
Depois de realizar vários workshops e criar um blog, quais os objetivos que alcançou com os mesmos?
Quando investimos em determinado curso, devemos procurar capitalizar o nosso conhecimento. Recordo-me de terminar o CAP, atual CCP (Certificado de Competências Pedagógicas), numa semana e, na seguinte, estar a dinamizar o meu primeiro workshop, de modo totalmente autónomo. Se estivesse à espera que uma empresa de formação me recrutasse, certamente nunca teria sido formador. Assim sendo, criando um workshop muito dinâmico e prático, foi possível conhecer a realidade profissional de centenas de técnicos e instituições sociais. Valorizei-me, aprendendo com as experiências dos outros.
O blog incidiu na necessidade de partilhar. Dizer-se que “o segredo é a alma do negócio” é uma ideia ultrapassada. É fundamental partilhar as nossas ideias, os nossos projetos, as nossas reflexões. O blog foi criado com esse intuito. Juntar ideias às minhas ideias, onde, no final, todos tínhamos mais ideias …Um “conselho” que dou sempre aos colegas com quem tenho a oportunidade de conversar é que criem um blog, exponham o que pensam e partilhem o que sentem.

Quais as expectativas e projetos que tem para o futuro?
O futuro será nada mais, nada menos, do que os nossos sonhos do presente! As minhas expectativas passam por um futuro mais exigente, mas com um suporte de diversas ferramentas, sejam elas tecnológicas (redes sociais, software, etc.), mas também “analógicas”, onde integro as emoções e os afetos. Considero que as pessoas mais inteligentes emocionalmente terão vantagem sobre todas as outras.
Quanto aos projetos, acredito que nos devemos atualizar, inovando e acrescentando valor ao que fazemos. Não acredito em soluções estanques e de negócios que durem para sempre, daí ter consciência de que novos projetos terão de surgir. Muitos dos que tenho em mente incidem na área do envelhecimento e na criação de soluções para os que, diariamente, trabalham para melhorar a qualidade de vida dos nossos seniores. Quanto melhores forem os nossos sonhos, melhor será o nosso futuro!

Mónica Figueiredo

Imagem: Master Hugo

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