Peaky Blinders, o sopro da mentira

Uma expedição assombrosa ao universo explosivo, estimulante e dúbio do submundo do crime britânico nos anos 20, onde a família Shelby assume um papel de relevo. Eis Peaky Blinders, uma série inspirada em factos reais e que está a empolgar os amantes de séries criminais de todos os quadrantes do planeta.

No pós grande guerra, e com Birmingham como plano de fundo, Tommy, Arthur e John, bem como Polly, tia dos três irmãos, gerem o negócio de apostas, com a particularidade de viciarem os resultados em corridas de cavalos. Nesse sentido, Tommy, interpretado por Cillian Murphy, foi introduzido na narrativa através de um logro em tudo ligado à referida adulteração dos resultados. Montado num cavalo, Tommy chega-se perto de uma menina chinesa que sopra um pó vermelho para o equídeo, que posteriormente o líder dos Shelby apregoou como determinante para a vitória do cavalo na próxima corrida.

As primeiras imagens da série mostram um ambiente violento e explosivo, com destaque para o momento em que Chester Campbell, um temeroso inspetor Irlandês, a mando de Winston Churchil, à data primeiro ministro britânico, tenta arrancar informações a Arthur Shelby sobre um assalto a um carregamento de armas.

Um dos momentos de maior tensão num episódio que deixa patente a peso do companheirismo, camaradagem e família, aspetos inerentes ao meio militar que é, em parte, retratado na história, fruto do passado de guerra de Tommy e dos irmãos.

Um elenco de excelência, cenários sublimes que nos transportam até à época retratada e a musicalidade que combina na perfeição com a narrativa desenvolvida. Peaky Blinders, uma mescla de crime e drama a reter na memória.

 

Texto: João Miguel Carvalho

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