“Sempre me dei a conhecer a muita gente ao longo do meu percurso”

Gonçalo Ramos, de 34 anos, é o atual Presidente da junta da união de freguesias Guia, Ilha e Mata Mourisca, no concelho de Pombal. O autarca venceu as eleições em outubro de 2017 como candidato de um Partido Independente.

O seu opositor, Manuel Serra, após perder as eleições para a União de Freguesias afirmou “Vamos a ver que estragos este novo executivo que se anuncia fará, dada a sua total impreparação para assumirem a Junta, tendo nós que ajudar a evitar o pior e no final lá ficaremos com a responsabilidade de reconstruir o que restar desta aventura sem continuidade”. Como comenta esta afirmação do seu opositor?

Gonçalo Ramos Os comentários que me parecem pertinentes são os seguintes: somos o novo executivo da junta com todo o mérito e fomos eleitos pela população que revelou a intenção que tinha de dar um novo rumo aos destinos da freguesia. O afincado trabalho que executamos diariamente segue um propósito que é o de potenciar ao máximo a evolução da União de Freguesias a todos os níveis. Fazemo-lo com muita entrega, alma e dedicação e, portanto, entendo que nenhum comentário (seja de que ordem for) deverá mudar esta forma de estar. Respeito, porém, todas as opiniões que sejam emitidas ainda que se assumam como pouco construtivas.

 

Como classifica estes seis meses de mandato?

GR Foram – e estão a ser – meses bastante intensos, de muito trabalho, muita entrega, mas, acima de tudo, de muita aprendizagem como já seria de esperar. É um processo de adaptação pelo qual todos estamos a passar, mas com elevado entusiasmo. Temos todos muita vontade de crescer, de evoluir e de vencer. Resumindo: experiência nova, exigente, ambiciosa, mas com o objetivo de alcançar o melhor dos retornos que é o desenvolvimento da freguesia e a satisfação das necessidades dos nossos fregueses nos mais variados domínios.

 

Das várias promessas que fez nas eleições, o que já cumpriu?

GR Ainda será cedo para esse tipo de balanço e análise. Encontrámos obras que temos de concluir, procedimentos que estamos a conhecer e a afinar e temos de assumir a responsabilidade de conhecer o histórico anual de toda a atividade da Junta de Freguesia. Só assim conseguiremos aperfeiçoar um plano de ação e estratégico de acordo com o que consideramos ideal e de acordo com a nossa visão. Em relação ao nosso projeto e considerando a fase inicial em que ainda nos encontramos destacaria a reposição da data da feira dos 10. Foi algo que esteve ao nosso alcance executar e fizemo-lo. O projeto é um conjunto de estratégias em variados domínios que vamos trabalhando diariamente.

 

Porque optou por pertencer a um partido independente?

GR Antes de mais porque me foi feito um convite. Depois porque me revia nos molde e nas características deste tipo de projetos.

 

De que forma considera importante o contacto constante com os habitantes das três freguesias?

GR É sempre importante conhecermos as pessoas da nossa terra. Tive a sorte e o privilégio de, por toda a atividade associativa (e não só) que desenvolvi ao longo de mais de 20 anos, ter um contacto muito próximo com as mais variadas faixas etárias que compõem a nossa comunidade. Orgulho-me bastante disso e acho que foi importante no desfecho das eleições. É importante conhecermos a pessoa em quem vamos votar e acho que sempre me “dei” a conhecer a muita gente ao longo do meu percurso.

 

A FAGO e as Tasquinhas da Ilha já se realizam há mais de 20 anos. Como estas iniciativas promovem as freguesias da Guia, Ilha e Mata Mourisca?

GR Estas iniciativas são sempre decisivas na promoção da localidade e da Freguesia. São-o pois têm um alcance muito alargado e, por todo o volume estrutural que as caracterizam, uma projeção muito grande do nosso comércio, da nossa cultura, do nosso artesanato, etc. No fundo promovem-nos porque nos dão a conhecer em todas as vertentes.

 

Que medidas a Junta de Freguesia vai tomar para evitar os incêndios florestais?

GR As medidas que iremos implementar são várias e muitas delas em parceria, só assim funciona. Vou dar apenas alguns exemplos de estratégias que estão implementadas ou em fase de implementação. Requalificação de caminhos florestais por forma a facilitar o acesso de bombeiros; limpeza das faixas de gestão combustível (processo desenvolvido pela Câmara Municipal de Pombal) mas executado por nós através da limpeza de cerca de 18 hectares); criação de uma Unidade Local de Proteção Civil para acompanhar todo o processo pré incendio, incêndio e pós incendio, entre outras.

 

Com a construção do Centro Escolar na Ilha e na Mata Mourisca, que uso vão dar às escolas abandonadas?

GR Essencialmente no sentido de tornar o espaço multifuncional. Estes espaços que são história da freguesia são para requalificar. Está em curso um processo de requalificação de uma das escolas da Ilha por forma a dar resposta a necessidades de várias associações locais e da própria junta. Este é apenas um exemplo.

 

Como vê o investimento que foi feito na Escola Primária da Ilha de Baixo e a utilização que é feita do espaço?

GR No seguimento do que referi na anterior questão, vejo com o melhor dos olhares. É exatamente esse o seguimento a dar. Os equipamentos não devem caminhar para o devoluto, mas sim dar resposta a necessidades que vamos identificando. A utilização deste espaço é meramente associativa e comunitária o que faz todo o sentido. As estruturas são utilizadas pela comunidade que usufrui convenientemente de espaços públicos, mas que, por outro lado, assegura a manutenção de equipamentos que são identidade das nossas terras.

 

A Guia dispõe de linha férrea. Tem pouco uso, de que forma estão a pensar reorganizar a linha de modo a ter mais uso?

GR Ainda sem resposta, mas com preocupação em relação à temática e em conversações com algumas entidades.

 

Texto: Carolina Dias

Imagem: DR

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