Em breve vai haver rotas literárias para turistas numa APP

Na tarde desta terça-feira, o X Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM), a decorrer em Viseu, recebeu a apresentação de Luísa Silva e Joana Reis relacionada com a criação de rotas literárias para turistas no grupo de trabalho Turismo e Território.

Chama-se “TheRoute” e envolve as sete escolas do Instituto Politécnico do Porto, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo e a Douro Azul.

As investigadoras do Centro de Estudos Interculturais do Instituto de Contabilidade e Administração do Politécnico do Porto estão a realizar estudos, pesquisas e experimentações em torno do desafio da geração automática de rotas para visitantes através de uma aplicação móvel, neste caso relacionadas com a literatura.

“Depois do utilizador se registar na aplicação e responder a algumas perguntas, ela vai criar uma rota consoante os gostos da pessoa. Se o utilizador disser que, por exemplo, tem problemas de saúde, ele vai reduzir o tamanho e a dificuldade da rota”, explica Joana Reis.

A investigação envolve também outras áreas como a gastronomia, a saúde ou a história, entregues a outros departamentos das escolas participantes.

Apesar de já estarem concluídas rotas de alguns escritores portugueses, o projeto está ainda em fase inicial.

“Temos ainda rotas de muitos autores para construir, por isso, previsão [de conclusão] não há. No próximo ano continuaremos, mas também dependemos das outras escolas porque isto não envolve só a própria rota literária e cultural, envolve também questões de saúde, de gastronomia, de engenharia, entre outras.”, disse Luísa Silva.

Ainda assim, as investigadoras estão confiantes no sucesso do “TheRoute”: “Provavelmente será um projeto para ir avante, independentemente das empresas privadas estarem associadas ou não”, afirma Luísa Silva.

A pesquisa de rotas literárias está, para já, muito centrada na cidade do Porto e no norte do país, mas poderá ser alargada.

Luísa Silva dá conta de que “os autores não são só do Porto, por exemplo, José Saramago não era do Porto e há muitos outros que não são do Porto”.

“Sophia de Mello Breyner, que é uma das rotas em construção, é do Porto, mas depois mudou-se para Lisboa por isso também terá referências a esses locais”, completa a investigadora.

Recorde-se que a área Turismo e Território é uma das novidades do congresso que assinala os 20 anos de investigação na área das ciências da comunicação em Portugal e que o objetivo é a criação de um grupo de trabalho dentro da SOPCOM.

“Economia da cultura, turismo e desenvolvimento local: o caso da Festa Internacional das Camélias em Celorico de Basto, Braga/Portugal” de Alan Júnior e Julia Macos de Guttler, “Redes Regionais e Suprarregionais de Turismo Cultural e Criativo Portuguesas em 2016” de Manuel Gama e “Jornalismo especializado: uma análise dos brasileiros na Covilhã no Blogger e Facebook” de Fábio Giacomelli e Tâmela Grafolin foram outras das comunicações apresentadas na mesa dois da área Turismo e Território que foi moderada por Luísa Augusto, professora na Escola Superior de Educação de Viseu.

 

Texto: João Pereira

Imagem: Ana Sofia Soares

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