Jornalismo, assessoria e revistas em destaque

A Aula Magna serviu de palco para a sessão temática Jornalismo e Sociedade: Jornalismo perspetivas 1, com Joaquim Fidalgo como morador e orador. Ao longo da conferência, que teve lugar no segundo dia do Congresso da SOPCOM, ouviram-se as vozes de Carla Cardoso, Andreia Freitas, Rui Caeiro e Fernando Vannier Borges.

Joaquim Fidalgo fez uma intervenção no terreno dos conteúdos patrocinados nos jornais, abordando a dificuldade do público em distinguir notícia de publicidade. O professor da Universidade do Minho ouviu profissionais da comunicação organizacional, que em comum têm o facto de já terem sido jornalistas, e percebeu que a troca do jornalismo pela assessoria se prende fundamentalmente com razões económicas e que os profissionais percepcionam a atual profissão como tendo um estatuto menos elevado. Joaquim Fidalgo abordou ainda o exercício simultâneo de jornalismo e assessoria, duas atividades legalmente incompatíveis, e os seus dados mostram, por exemplo, que a larga maioria dos profissionais conhecem jornalistas que são, também, assessores de imprensa.

Carla Cardoso apresentou o seu tema de estudo, numa comunicação intitulada “Revista: um objeto (quase) para desbravar”, defendeu a ideia de que as pessoas não pensam no que pode ser uma revista por inteiro. As bancas são dos jornais, mas o ponto dominante são as revistas e, mesmo que haja pessoas que não comprem revistas, quando vão a uma consulta médica, a um salão de beleza entre outros sítios, por norma têm acesso a revistas e automaticamente pegam numa delas. Segundo a autora, estes comportamentos mostram que as revistas servem para ajudar a passar o tempo. Uma das questões levantadas por Carla Cardoso prende-se com o porquê de haver pouca ligação entre os estudos dos média e as revistas.

Andreia Freitas, juntamente com Ana Isabel Silva e Susana Amante, estudou as “Re[a]presentações do jornalismo de investigação na voz dos profissionais de comunicação”. A estudante de mestrado fez o seu estágio curricular no Jornal de Notícias, onde se deparou com a problemática do jornalismo de investigação. Assim, Andreia Freitas procurou perceber as práticas de jornalismo de investigação em Portugal, através de um estudo que incluiu entrevistas aos profissionais da área e que permitiu concluir que a falta de recursos, a crise geral nos jornais e o imediatismo se têm apresentado como dificuldades à atividade.

Fernando Vannier Borges, que falou do jornalismo desportivo, considerou-o como um rico terreno de investigação, afirmando que “o jornalismo de clube é o resultado da produção da informação nos media de clubes desportivos” .

 

Texto: Joana Martins e Marisa Azevedo

Imagem: Inês Loureiro

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