Redução do preço dos bens alimentares: 0% de pouco

População viseense mostra-se cética em relação às medidas do governo, que entraram hoje em vigor

Por Carla Ferreira, Inês Figueiredo e João Micaela

“4 euros por cada quilograma de tomate, é insustentável”. É com preocupação, que Clara Matias se refere ao custo atual dos produtos, partilhando, assim, da opinião da maioria dos viseenses, para quem se trata de uma medida sem impacto nos bolsos dos portugueses, dado que o IVA não chega a todos os alimentos e os preços escalam, acompanhando o ceticismo relativamente à implementação da medida.

Apesar do cabaz incluir uma variedade de 46 alimentos, as pessoas apresentam opiniões diferenciadas quanto aos produtos abrangidos e quanto ao verdadeiro impacto da medida. “Alguns produtos para veganos não estão contemplados”, refere Juliana Bernardo. A população com um regime alimentar vegano vê o seu cabaz reduzido a frutas, legumes e leguminosas.

Maria e João Fernandes, um casal de reformados, sublinha que a solução pode passar por uma maior fiscalização da cadeia de distribuição de modo a encontrar o motivo da sobrevalorização dos produtos, o que justifica que nos arredores de Lisboa, os preços são mais reduzidos do que em Viseu.

João Morais, trabalhador no setor dos seguros, afirma que a medida terá um baixo impacto e que a solução passa por um aumento dos salários, uma vez que a discrepância entre salários e custo de vida em Portugal é significativa.

A população viseense é unânime em considerar que a medida apresentada pelo governo é insuficiente e não resolve o problema dos preços elevados. “É uma medida pouco impactante”, remata Juliana Bernardo.

A medida do governo para fazer face à subida do preço dos bens alimentares entrou hoje em vigor. O pacto para a estabilização e redução de preços dos bens alimentares prevê a eliminação do IVA para um cabaz de 46 produtos essenciais.

O cabaz de bens alimentares foi definido com base em critérios de saúde e padrões de consumo das famílias em Portugal, tendo por base a conjugação de dois critérios: Os Produtos cujo consumo é recomendado pela Direção-Geral da Saúde e os Produtos mais consumidos pelas famílias em Portugal.

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