Portugal sofre queda superior a 60% na produção de azeite

As ondas de calor e o verão seco vão afetar a produção de azeite este ano. Ao contrário do ano anterior, Portugal espera uma queda acentuada no setor oleícola que rondará as 75 mil toneladas.

Por Daniela Rocha

A produção de azeite em Portugal atingiu um registo histórico de cerca de 200 mil toneladas, lucrando 700 milhões de euros em exportações no ano de 2021. Um ano depois, o volume produzido será apenas de 75 mil toneladas.

Para 2022 antevê-se uma quebra de mais de metade neste setor. “Este será um ano complicado” aponta Catarina Bairrão Balula, membro do Conselho Oleícola Internacional (COI), no âmbito da 9ª edição das Olivum Talks.

Apesar desta descida, não se averigua escassez de azeite ou de uma subida acentuada dos preços. “Temos um grande stock da produção do ano passado que se soma aos stocks de anos anteriores e haverá resposta para a procura” conclui a especialista Catarina Bairrão Balula.

À semelhança de Portugal, outros países também registaram este ano quedas acentuadas na produção de azeite, como são os casos de Espanha, Itália, Tunísia e de Marrocos. Contrariamente, a Grécia deverá registar um aumento de 30%, assim como a Turquia.

Ainda durante a conferência, foi imperativo o apelo à sustentabilidade energética do setor oleícola, com a proteção das energias renováveis como solução apontada.

De acordo com a Olivum, atualmente, Portugal, a nível mundial, é o sétimo maior produtor de azeitona, o oitavo maior produtor de azeite e nono país com maior área de olival. Garante a sua autossuficiência em azeite desde 2014.

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