“Precisamos de agir” perante a atual crise energética e do custo de vida

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, juntamente com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, copresidiram esta tarde (19) à Cimeira Social Tripartida sobre como “combater a crise energética e a crise do custo de vida: como proteger a economia, as empresas e os trabalhadores”.

Os líderes dos Estados-membros da União Europeia (EU) e os parceiros sociais que participaram na cúpula, para além de avaliarem o impacto da guerra na atual situação socioeconômica, debateram medidas para combater a crise energética e de apoio económico para enfrentar a subida do custo de vida.

A presidente da Comissão Europeia garante que a crise energética atinge todos, não só os trabalhadores como as empresas e consumidores acrescentando ainda que “o aumento do custo de vida está a pesar sobre as famílias que já estão sob pressão”. Ursula von der Leyen deixou bem claro que nesta cimeira “a Comissão apresentou iniciativas direcionadas para reduzir os custos de energia para as famílias e empresas e fornecer segurança energética para este e os próximos invernos”, sublinha acrescentando que é preciso a ajuda de todos os parceiros sociais.

Tendo também copresidido à cimeira, o presidente do Conselho Europeu diz que “precisamos de agir”. A opinião de Charles Michel vai de encontro com a de Ursula von der Leyen, afirmando que “a EU e os seus Estados-membros já apresentaram algumas medidas, mas é preciso fazer mais nas próximas semanas. Contamos com a boa cooperação dos parceiros sociais para enfrentar os desafios mais urgentes de hoje, assim como fizemos durante o COVID-19”, remata.

O primeiro-ministro checo, Petr Fiala, participou na cimeira em nome da Presidência checa do Conselho da UE. O representante atesta que foi a agressão russa contra a Ucrânia que “desencadeou o aumento dos preços da energia e dos custos de vida”, isto numa fase ainda “antes que a economia europeia fosse capaz de se recuperar totalmente da pandemia”. Petr Fiala termina dizendo que “a cúpula de hoje demonstra a importância de um diálogo social inclusivo para fortalecer a resiliência de nossas economias e sociedades e para a adoção de medidas que serão justas, equilibradas e bem direcionadas”, conclui.

O Edifício Berlaymont, em Bruxelas, é a sede da Comissão Europeia.

Na opinião de Luca Visentini, secretário-geral da Confederação Sindical Europeia (ETUC), “a UE até agora ignorou duas soluções cruciais para esta crise: um segundo esquema SURE para salvar empregos em indústrias intensivas em energia que lutam contra o custo da energia e o apoio para aumentos salariais para atender ao aumento do custo de vida”. Apesar de alguns progressos, o secretário-geral diz que “as medidas precisam corresponder à urgência da situação”, porque tal como declara “milhões de pessoas em toda a Europa estão a lutar para pagar alimentos, aquecimento e transporte”, para além disso a crise energética “está a colocar muitos empregos em risco. Esta situação não pode ser tolerada, precisamos de limites de preços de energia e um imposto sobre os lucros excedentes para financiar pagamentos emergenciais para as famílias mais pobres”, declara.

Markus J. Beyrer, que participou na cimeira enquanto diretor geral da BusinessEurope, não tem dúvidas de que “há um perigo real de que as empresas intensivas em energia se mudem para fora da Europa, onde os preços da energia são muito mais baixos”. Por outro lado, as “empresas localmente ativas que não se podem realocar fora da Europa correm o risco de fechar com graves consequências para as redes econômicas, emprego e coesão, em particular nas áreas rurais”, acrescenta ainda.

A Cúpula Social Tripartida acontece sempre duas vezes por ano antes das reuniões do Conselho Europeu. A Comissão Europeia foi também representada pelo vice-presidente executivo Valdis Dombrovskis e pelo comissário Nicolas Schmit.

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