De “atividade ameaçada” a “bastante confiável”: qual o futuro do jornalismo?

Na tarde de terça-feira, 19 de abril, quatro jornalistas reuniram-se na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), para conversar e partilhar ideias, pontos de vista e debater novas formas de comunicação que diminuem a necessidade de intervenção dos jornalistas.

Por Clara Fernandes e Maria Fonseca (texto); Beatriz Guerra e Beatriz Reis (fotos)

“O Futuro do Jornalismo” foi o tema da “Conferência da Imprensa”, moderada por Madalena Oliveira, professora da Universidade do Minho, que esteve à com os jornalistas convidados Luís Simões, jornalista do Jornal A Bola e presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJ); Mariana Silva, jornalista da CNN/TVI; Frederico Correia, jornalista da SIC; e Sandra Rodrigues, jornalista do Jornal do Centro e correspondente do Jornal Público.

Sandra Rodrigues, Luís Simões, Madalena Oliveira, Mariana Silva e Frederico Correia

“É comum dizermos que vivemos na era da informação”, foi assim que Madalena Oliveira começou a sessão, depois de ter dado uma breve definição do que é uma “conferência da imprensa”, em que o jornalismo pretende debater-se a si próprio, e de apresentar todos os quatro jornalistas convidados presentes.

Madalena Oliveira, professora na Universidade do Minho

Quando Luís Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas e jornalista do jornal A Bola, é questionado se “o jornalismo é uma atividade ameaçada”, diz que talvez o seja “por falta de recursos”, no entanto afirma que se vivem tempos em que o jornalismo, feito por profissionais, demonstra ser “bastante confiável”.

A jornalista da CNN/TVI, Mariana Silva, também esteve presente, e quando interrogada se “o jornalismo ainda é uma profissão que se escolhe por paixão”, afirma que o é, pois “tem que se gostar muito daquilo que se faz”.

Mariana Silva, jornalista da CNN, e Frederico Correia, jornalista da SIC

Para Frederico Correia, jornalista da SIC, o jornalismo regional está tão precário atualmente como há 20 anos. A comunicação regional é um espelho mais próximo para os jovens, daquilo que é a imprensa nacional. “Não é fácil fazer jornalismo quando há tanta precariedade e pessoas pagas à peça”, sublinha.

Sandra Rodrigues, jornalista do Jornal do Centro, deu a sua perspetiva do que é ser jornalista e da importância reforçada para combater a desinformação, afirmando ainda que “ser jornalista é uma missão”.

Sandra Rodrigues, diretora do Jornal do Centro, e Luís Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas

Para a realização desta “Conferência da Imprensa”, realizada no dia 19 de abril de 2022, no IPV, os profissionais presentes optaram por não seguir o modelo tradicional de conferência, mas sim conversar entre eles e com quem assistia à sessão.

O evento realizou-se através do envolvimento da SOPCOM (Sociedade Portuguesa de Comunicação), o CeisXX (Centro de estudos interdisciplinar da universidade de Coimbra), o Sindicato do Jornalistas (direção e conselho deontológico), com apoio da Escola Superior da Educação de Viseu (ESEV), do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), e da Associação de Estudantes da ESEV.

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