Perfil. Catarina Martins, a atriz “revolucionária” do liceu, que chegou à liderança de um grande partido

Atriz e encenadora, que viajou sempre de terra em terra na infância e agora dá cartas na política como se de uma peça de teatro se tratasse.

Por Cátia Lopes

Há 49 anos nasceu no Porto e desde então que não parou, a sua infância foi passada de terra em terra, desde São Tomé e Príncipe até Coimbra. Quem acha que a política foi sempre o foco de Catarina Martins, tem razão pois desde sempre se interessou por esta área e sempre integrou movimentos quer políticos quer cívicos que ajudassem a comunidade.

No liceu e na faculdade era conhecida como a “revolucionária”, uma vez que participava em todas as ações que fossem do interesse dos estudantes e para os estudantes.

É descrita pelos amigos como uma pessoa forte, mas sensível ao mesmo tempo, é audaciosa e leva sempre a sua avante sem nunca ter medo de arriscar, dizem os mais próximos que é assim desde o tempo do liceu.

Chegou à política há mais de 10 anos e o seu percurso, na perspetiva de quem a conhece, tem sido tal e qual o que esta pretendia e tem-se pautado pelos seus valores e costumes.

Considerada a mulher das calças de ganga, das blusas vermelhas, sempre acompanhadas por um bom blazer preto, conseguiu entrar no mundo político português feito de homens com fato, gravata e sapatos envernizados.

Sendo a única mulher a liderar um grande partido neste momento em Portugal admite os problemas e as dificuldades que teve ao longo da sua última campanha, precisamente por ser uma mulher, como disse numa entrevista ao site político, “Descobri que as mulheres são realmente afetadas pelo fato de que uma mulher estava liderando a campanha. Isso criou uma proximidade que nos permitiu discutir certos temas, para colocar mais coisas na agenda política.”

Assume-se então como uma defensora e considera que a sua luta será sempre por uma maior participação e igualdade do sexo feminino na vida pública em geral. 

A relação com a sua família é ótima. É casada e tem duas filhas. Sente muito orgulho nelas, mas admite que “o meu maior desgosto é que alguma delas vire de direita”.

É feliz, a vida corre-lhe bem e pretende continuar a marcar pela diferença.

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