Vespa-asiática e instabilidade climática ameaçam produção de mel

A instabilidade climática e a vaga da vespa asiática, são as principais causas que ameaçam a baixa produção de mel no centro do país. Segundo a diretora-executiva da Lousãmel, Ana Paula Sançana, o que está em causa não é a qualidade do mel, mas sim a quantidade produzida.

Por Mariana Mendes

À difusão acentuada da vespa velutina pelo país e à instabilidade climática, juntam-se os elevados custos de produção e o impacto dos incêndios, que dificultam a produção do mel na região Centro. Em declarações à agência Lusa, a diretora-executiva da Lousãmel, Ana Paula Sançana admite que, “se o Estado não tomar medidas de apoio direto à produção, por colmeia, a apicultura entra em declínio”.

Ana Paula Sançana informa, ainda, que os ataques das vespas velutinas trazem muitos problemas a nível da produção de mel. Também a infestação das colmeias pela varroa, um ácaro que dizima as colónias de abelhas, trouxe complicações para o setor da apicultura.

A diretora-executiva da Lousãmel não deixa de partilhar a desmotivação por parte dos apicultores. “Há apicultores desmotivados com o aumento dos encargos fixos, que acabam por sair do processo de certificação”, conta.

Tiago Valdeira João, proprietário de 300 colmeias no distrito de Castelo Branco, admite que “a apicultura é dos negócios mais instáveis que existem”. Segundo o apicultor “muitos fatores podem influenciar a abelha e o próprio clima não é certo”.

Na perspetiva de Luís Estêvão, presidente da Pampimel, os grandes produtores de mel serão capazes de se adaptar à fragilidade dos negócios, mas os mais pequenos terão dificuldades em sobreviver. Os acentuados ataques às colemias de abelhas pela vespa velutina e a constante instabilidade climática, provocam um declínio na produção do mel no centro do país. A dificuldade dos negócios leva a uma adaptação por parte do setor da apicultura.

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