Da trilogia “nós – público – visado”, ao sucesso digital do Jornal do Centro

Criado em Viseu, o Jornal do Centro é um meio de comunicação generalista da região Centro, que pertence à empresa Legenda Transparente LDA.  Fundado em 2002, o Jornal do Centro dedica-se à produção de notícias, reportagens, imagens e vídeos em formato online, rádio e TV, da região viseense “para o mundo”.

Reportagem de Patrícia Santos

Carlos Eduardo Esteves, jornalista no Jornal do Centro desde janeiro de 2018, começou por fazer “edição impressa”, e mais tarde, “a rádio surgiu” na sua carreira. Mesmo sendo apresentador de rádio atualmente, no Jornal do Centro faz “um pouco de tudo”, e garante que para fazer jornalismo de proximidade “é preciso pensar sempre no público”, ainda que, tenha de existir “um meio termo” entre a trilogia “nós – público – visado”, pois “não há jornalismo sem pessoas e sem emoção, de quem escreve e de quem lê”.

Nos primeiros anos, o Jornal do Centro era também distribuído com o Jornal Expresso, o que lhe permitiu um crescimento mais rápido e aumento do número de leitores. No ano de 2015, passou por uma modernização com a aposta nas plataformas digitais. A Rádio Jornal do Centro surge no ano seguinte, a edição online do jornal em 2017 e em 2019 surge a televisão online.

Carlos Esteves afirma que “a história já de 19 anos do Jornal do Centro, fez-se sob diferentes direções que deram, como é natural, um cunho pessoal e distinto ao jornal”, e com uma equipa “muito unida”, o Jornal do Centro tem feito sucesso em todas as plataformas digitais. Atualmente, a empresa está dividida em 4 departamentos, o comercial, a redação, a equipa multimédia e a rádio, mas assume que “quanto à equipa, todos colaboram nos diversos setores”.

A proximidade e os conteúdos mediáticos

Equipa do Jornal do Centro

É nos meios de comunicação locais e regionais que o jornalismo é dirigido aos cidadãos, como “um jornalismo verdadeiro”, em que “as pessoas estão muito mais atentas, reportam erros e pedem mais esclarecimentos sobre qualquer assunto”.

A importância dada ao público do Jornal do Centro é, num mundo em que “cresceu sobretudo o online”, acentuada pela necessidade de conhecer aquilo que está próximo. Como explica Carlos Esteves, o jornal “deixou de ir para as bancas, mal começou a pandemia”, contudo, “as pessoas estando em casa, queriam estar informadas” e por isso “a equipa ajustou o site, de forma a ser mais acessível através dos dispositivos móveis”.

Outro fator que tem levado ao sucesso do digital é a desinformação, “que temos que chegue, desde blogues a páginas falsas”. Deste modo, “as pessoas querem saber a verdade ou algo próximo dela” e por isso acompanhar as notícias digitais, é a “atividade atual do público”, afirma o jornalista.

O Jornal do Centro procura oferecer conteúdos inovadores, indo ao encontro das necessidades da região, contudo, “nunca podemos esquecer” que “atualmente, o esforço tem de ser redobrado” e isso acontece, “por exemplo, no desporto, mas não só.” Na atividade jornalística, “há acontecimentos políticos muito complicados e marcos importantes também na cultura que exigem do jornalista, foco e capacidade de abstração”, explica Carlos Esteves.

Quanto ao fator audiência, “é a resposta clássica: depende”. No jornalismo, “há conteúdos” que os jornalistas acham que “não vão ser mediáticos e depois ganham uma popularidade impensável”, porém também acontece “o contrário” e quando acham “que este é o tema”, existe pouca adesão.

O público do Jornal do Centro assume uma atitude participativa do ponto de vista social, e Carlos Esteves deixa bem claro que, para isso continuar, “a honestidade é o principal”, assim como “o respeito que temos de ter com o público, porque nunca devemos esquecer que falamos sobre alguém”.

O êxito da rádio

Após o sucesso do digital, surgiu a “Rádio Jornal do Centro”, com programas de opinião, crónicas, rubricas de entretenimento e jornalismo desportivo. A rádio tem a vantagem de conseguir fazer chegar a informação “mais rápido e, por vezes, na hora”, e, por isso, “tem um ritmo que o jornal escrito não tem”. Nos dias atuais, “pelo facto de se tratar de um semanário que há alguns meses já não é impresso”, a rádio tem sido, “uma mais-valia” para o êxito do Jornal do Centro.

Relativamente aos ouvintes, a rádio abrange todas as faixas etárias. A prova disso, é “a quantidade de pessoas que ouvem e fazem chegar dicas e sugestões”, e desta forma, o jornal consegue atingir as componentes sociais mais interventivas da região de Viseu.

Sendo a internet “um veículo soberbo”, o Jornal do Centro conseguiu expandir-se exponencialmente, e “até” têm “um ouvinte da Rússia”. Na proximidade, e sendo uma rádio “escutada da forma tradicional”, “há zonas do distrito às quais” o jornal “está a tentar dar mais cobertura”, como é o caso do concelho de Aguiar da Beira, em que existe “uma abrangência incrível”. É um facto que “os cidadãos têm cada vez mais interesse e curiosidade” e precisam “de ser informados constantemente” e, no caso da Rádio Jornal do Centro, “esta é escutada em toda a região, porque é muito feita de informação”, declara o jornalista.

O confronto com a atualidade

Em meados de 2019, surgiu outra forma inovadora no digital, a WebTV do Jornal do Centro, que numa primeira fase se chamou “AquiTV”. Com a transmissão de vídeo ao vivo e a transmissão de vídeos gravados, os conteúdos televisivos são divididos pelas áreas da informação e pelo entretimento e cultura.

Nos conteúdos de informação, há o acompanhamento diário dos acontecimentos regionais e internacionais. Quanto ao fator entretenimento e cultura, programas como “Previsões do horóscopo para 2021”, “Aldeias com História”, “Turismo Centro de Portugal”, entre outros, estão disponíveis na plataforma Youtube, assim como, no próprio website.

Com a pandemia Covid-19, “o foco tem sido o online”, devido ao crescimento que ocorreu “de forma substancial” no último ano. O website divide-se em diversas secções, sendo o “Diário”, o tópico mais atual. Nas outras secções, são publicadas informações atualizadas sobre “Covid-19”, “Cultura”, “Desporto”, “Agenda” e “Lifestyle”. Estes temas distribuem-se, respetivamente, pelas redes sociais Instagram, Facebook, Twitter e Youtube.

Da transição de um jornal impresso ao sucesso de um jornal digital, “os jornalistas do Jornal do Centro, nunca deixam de estar presentes” e procuram “melhorar todos os dias e acrescentar algo novo”. Para um órgão de comunicação social local, têm “crescido de forma notória” em seguidores nas redes sociais, ouvintes “de muitos países do mundo” e leitores “que querem estar, permanentemente informados”, cobrem atualmente a paisagem mediática, do Jornal do Centro.

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