Uma manhã dedicada à rádio

Na semana em que se comemoraram os “Dias da Comunicação Social em Alta-Voz”, o auditório da Escola Superior Educação de Viseu (ESEV) acolheu um seminário de rádio seguido de um workshop, na manhã de 20 de abril


O seminário de rádio foi moderado pelo jornalista da TSF e docente da ESEV, Miguel Midões, com a ajuda do coordenador do curso de Comunicação Social, Pedro Coutinho. Os oradores convidados foram Ana Isabel Reis, António Figueiredo, Fábio Ribeiro e Liliana Carona.

Ana Isabel Reis, locutora de rádio durante 18 anos e agora professora na Universidade do Porto, focou a sua apresentação na rádio on-line e expos uma comunicação intitulada “A Rádio na Internet: O lugar do Som”. Segundo a docente, a internet passou a ser um meio fundamental e já há rádios que dão prioridade à difusão de notícias de última hora na web. “A Renascença, por exemplo, disponibiliza primeiro as notícias na internet e só depois em FM”, afirmou Ana Isabel Reis. Quanto às audiências da rádio on-line, são lideradas sobretudo pelos jovens como forma de entretenimento. De acordo com dados fornecidos na apresentação, cinco milhões de pessoas ouvem rádio no carro, 3,7 milhões nos sites, 1,7 milhões em casa e 1,3 milhões nos telemóveis.

Fábio Ribeiro, investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, apresentou um outro lado da rádio. “Com o humor também se brinca” foi o tema da comunicação. “A paródia é uma forma de desconstruir a realidade e pode muito bem manter as pessoas informadas”, afirmou, dando exemplos de alguns humoristas portugueses como Ricardo Araújo Pereira com a “Mixórdia de Temáticas” na Rádio Comercial e Bruno Nogueira com “Mata o Bicho” na Antena 3.
A jornalista da Rádio Renascença Liliana Carona apresentou o tema “Darei um Bom Jornalista de Rádio – O Fator X”. Os primeiros conselhos que deixou aos alunos presentes são os que ela gostaria de ter ouvido na altura da sua formação académica. A primeira ideia abordada foi a questão do preconceito, pois para Liliana Carona “o preconceito mata quem estiver na rádio”, acrescentando que não é preciso ter uma boa voz para estar neste meio. “É necessário ser um bom ouvinte, ser persistente e insistente. É preciso gostar de música, gostar de comunicar, gostar de uma boa conversa, gostar de contar uma boa história e de as ouvir, apreciar ler, gostar de “chatear os outros” e gostar de assumir compromissos”. Para além destes conselhos ainda disse que o mais importante é gostar de trabalhar.

António Figueiredo, diretor do Jornal do Centro, em Viseu, e fundador da Rádio Jornal do Centro (RJC) que tem seis meses e, entre outros, conta com o programa da manhã ‘Acorda Aqui’, de dois alunos da ESEV, e o programa ‘Final da Tarde’. Figueiredo entrou no mundo da comunicação através de uma rádio pirata e nunca mais saiu. Garante que a “rádio é imbatível no automóvel”, porém a sociedade está a mudar e tem havido algumas adaptações, segundo alguns dados proporcionados por jornalista, 61,23% dos ouvintes acedem à rádio através de dispositivos móveis/smartphones e 31,66% através do computador. Na opinião do diretor do Jornal do Centro, o que mantém uma rádio viva é o rigor e a isenção.

Após o seminário, começou o workshop limitado a 40 pessoas, dividido em dois grupos, um com o docente e jornalista Miguel Midões e o outro grupo com a jornalista Liliana Carona. O workshop serviu para dar a conhecer aos alunos um pouco mais sobre o mundo da rádio. Os principiantes fizeram uma pequena entrevista a uma pessoa desconhecida e tiveram de resumir e gravar quem era essa pessoa em apenas um minuto.

 

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