Município de Viseu destaca resiliência cultural no ano da pandemia

Plano de ação para a fotografia e o cinema não foi travado e deixa sinais positivos e promissores

Ao aproximar-se o final do ano, o Município de Viseu realiza um balanço “profundamente positivo” da implementação do plano de ação “VISEU 2020. Luz, Câmara, Ação”, que elegeu a fotografia e o cinema como principais expressões nos planos cultural, artístico e de promoção da cidade, ainda antes da emergência da pandemia por COVID-19.

“Apesar da crise da pandemia, Viseu foi uma das cidades culturalmente mais relevantes e ativas no país”, sublinha o presidente da Câmara Municipal, António Almeida Henriques. “Nesta crise, Viseu consolidou o seu lugar de referência nos municípios e nas cidades que elegem a cultura como eixo fundamental de desenvolvimento local e qualidade de vida”, considera.

“Tudo o que poderia ser feito, foi feito. Tudo o que foi possível reprogramar, foi reprogramado. Em Viseu, não praticámos a cultura do cancelamento. Afirmámos uma resiliência a vários títulos notável”, avalia António Almeida Henriques.

“No território do cinema e da fotografia, Viseu deixa em 2020 uma forte impressão digital, em diversos planos, e abre um percurso promissor para futuro”, considera por sua vez o vereador da Cultura, Património e Marketing Territorial, Jorge Sobrado.

Neste balanço, o Município destaca a realização de dois dos mais importantes encontros e festivais de fotografia e cinema, que colocaram Viseu na rota dos principais acontecimentos anuais das práticas da imagem: o “The Way 2020”, no mês de fevereiro, organização da Associação Portuguesa dos Profissionais da Imagem, que contou com a participação de mais de 300 fotógrafos e videógrafos de todo o país; e o ART & TUR – Festival Internacional de Cinema de Turismo, promovido pela Centro de Portugal Film Commission e a Entidade Regional de Turismo do Centro, em Outubro passado, já no contexto da pandemia.

Já neste festival, a VISEU MARCA arrecadou para a Feira de São Mateus o primeiro prémio na categoria “Melhor Documentário – Música, Arte, Cultura”, filme realizado por John Gallo, enquanto o Município de Viseu conquistou prémios para filmes promocionais do festival de street art “Tons da Primavera” e do “EUROPEADE 2018”. “Estes galardões são um reconhecimento importante sobre o talento e a qualidade das competências locais na produção audiovisual”, sublinha Jorge Sobrado.

Por outro lado, Viseu foi também casa das duas mais importantes exposições de fotografia deste ano de 2020 no plano nacional: a exposição de fotojornalismo dos 30 anos do jornal PÚBLICO, numa dupla estreia – da própria exposição e da reabilitada Casa da Calçada; e a exposição “14/24”, na Quinta da Cruz – Centro de Arte Contemporânea de Viseu, que faz radicar em Viseu obras dos nomes portugueses mais indeléveis da arte fotográfica na transição do século XX para o século XXI, como Jorge Molder, Sara Anahory, João Francisco Vilhena ou Rita Barros, a partir de uma seleção de obras da coleção de arte da Fundação ALTICE Portugal.

No plano da programação, merecem ainda referência a realização de um programa de cinema ao ar livre e em modo “drive in”, no âmbito da iniciativa CUBO MÁGICO, ao longo de todo o verão, e espetáculos musicais e fílmicos especiais, protagonizados pela Orquestra Filarmonia das Beiras.

No plano do património da imagem, o Município destaca o lançamento, em 2020, das bases do projeto da “Imagoteca municipal”, no contexto do programa e serviço do Museu de História da Cidade. Este serviço visa a salvaguarda, organização, conhecimento e disponibilização futura de um acervo de imagens (entre fotografias, filmes ou postais ilustrados) que documentem a história, acontecimentos e transformações de Viseu. “Trata-se de um arquivo colaborativo, aberto à participação dos cidadãos, que será dinamizado e acelerado após a pandemia, mas que está lançado e operacional”, explicou o vereador da Cultura.

No mesmo capítulo, o Município destaca o avanço no conhecimento sobre a filmografia de Viseu. “Dispomos hoje de informação coligida e competente, produzida pelo Arquivo da Cinemateca Portuguesa, sobre a história do cinema no concelho. Esta filmografia, que atravessa mais 100 anos de produção e registos, não existiria sem esta agenda do ano do cinema”, destaca Jorge Sobrado.

Já no plano da criação, o presidente da Câmara, António Almeida Henriques, considera que “2020 nos trouxe também algumas excelentes notícias, em grande medida resultado do efeito de sementeira do programa municipal VISEU CULTURA”.

Neste contexto, o Município destaca a produção do projeto fotográfico “A Voz do Dão” de Adriano Miranda e Nuno André Ferreira, realizado durante 2020, que contou com o apoio à criação da linha “Criar” do programa VISEU CULTURA, mas também a realização da curta-metragem “Trapstarz” do jovem cineasta viseense Gonçalo Loureiro. Tendo merecido um financiamento do programa municipal, o projeto recebeu recentemente também o apoio do Instituto para o Cinema e o Audiovisual (ICA), no âmbito de um concurso nacional.

Em 2020, é também incontornável uma referência a dois outros jovens viseenses, que conquistaram um lugar na nova cena do cinema nacional: Afonso e Bernardo Rapazote. A sua primeira curta-metragem de ficção – “Corte” – conquistou os olhares nacionais e internacionais, tendo vencido o prémio de revelação do Festival INDIE Lisboa e sido selecionado para a competição escolar do Festival de Cannes. O Município olha com especial expectativa e interesse os próximos passos destes jovens criadores.

“Poderíamos ter ido mais longe sem os constrangimentos severos da pandemia, mas fomos muito além do que seria de esperar num contexto como o que vivemos. Derrubámos muros de medo e desistência. No meio da perfeita tempestade que travou a generalidade das cidades e os setores da cultura e das artes, Viseu comportou-se como um farol”, destacou o vereador da Cultura.

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