“A Máscara de Cortiça”, o filme que restaura a arte do interior

Numa altura em que o interior de Portugal é muitas vezes esquecido e os seus encantos desprezados, Tiago Cerveira apresentou a concurso no CineEco o seu novo documentário “A Máscara de Cortiça”, que homenageia o povo serrano de Góis e retrata as suas tradições, nomeadamente o Entrudo. O filme valeu ao realizador, pelo segundo ano consecutivo, o prémio na categoria regional do CineEco, o Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela.

Por Luís Silva

Tiago Cerveira, natural de Travanca de Lagos, em Oliveira do Hospital, começou, desde cedo, a captar o quotidiano do interior rural do país através da lente da sua câmara fotográfica. “No fundo, a câmara é a minha caneta, é aquilo com que eu escrevo, com que eu comunico”, declara. Não esquecendo as suas origens, e com o objetivo de manter o interior vivo, Tiago Cerveira sempre se preocupou em retratar as histórias daqueles lugares e daquelas pessoas em documentários como “Pagar a Promessa” e “15 Memórias do Fogo”.

Já este ano, o realizador apresentou o documentário “A Máscara de Cortiça” sobre a Corrida do Entrudo das Aldeias de Xisto de Góis, que se carateriza pela construção das máscaras de cortiça, que dão nome ao filme.

Numa iniciativa entre o município de Góis e a Lousitânea, Liga de Amigos da Serra da Lousã, Tiago Cerveira ganhou o prémio do CineEco pelo segundo ano consecutivo na categoria de melhor filme regional. “Este prémio representa uma valorização, por parte do CineEco, naquilo que são os realizadores locais”, completa.

Mais recentemente, este filme foi premiado com a “Claquete de Bronze” num concurso internacional na Bósnia-Herzegovina. “Trouxemos este honroso prémio para Portugal que dedicamos ao povo serrano de Góis”, adianta o realizador ao jornal online “Notícias de Coimbra”.

A densidade emocional deste documentário aumentou significativamente com a morte de um dos protagonistas deste trabalho. Manuel Claro faleceu durante o pós-produção do filme, por isso Tiago Cerveira salienta que este filme também “é uma homenagem individual”.

Numa parceria entre o município de Góis e a Lousitânea, o documentário conquistou um lugar entre os finalistas regionais do programa da RTP “7 Maravilhas”, destacando a sua importância cultural.

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